Aventuras e desventuras dos professores, formadores, contratados ou a recibos-verdes que leccionam na Escola Pública, Profissionais, Colégios, IEFP's, Casa Pia, TEIP's em cursos de UFCD's, EFA's, EFJ's, CNO's, AEC's PIEF's, ...

Aceitam-se contributos: eanossaescolinha@gmail.com



segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

AINDA A IMAGEM DOS PROFESSORES NO RELATÓRIO PISA

Sem nutrir particular simpatia pela personagem, registo o prestar " justiça aos professores". "Os professores portugueses apareceram no relatório (PISA) como colocados mais alto na opinião dos alunos dos 33 países da OCDE, mais bem vistos pelos alunos, com intervenções mais positivas dos alunos e que mais tinham subido nos últimos anos. É essa justiça que ninguém fez(...). Está (no relatório) reconhecido o nível dos professores que nem sempre é devidamente sublinhado".


domingo, 30 de janeiro de 2011

Sob Pressão, Há que Espremer o Limão!

Fig.1 - Aluna ou professora a serem espremidas?

Na minha escolinha, na sexta feira transacta, realizou-se a prova intermédia do 9º ano de Língua Portuguesa - durante a semana, os alunos estavam completamente "passados" e pressionavam as professoras de português para daram horas extraordinárias (mais aulas de apoio), elas já estavam com os nervos à flor da pele:

"-Eles que estudem!"; "-Arrangem explicadores!"; "-Resolvam os testes intermédios dos anos anteriores!"; "-Amanhem-se!"

O mais ridiculo é que até parecia que era a imagem das professoras que estava em jogo: "Se tiver má nota, a culpada é a stora!"

Claro, que os docentes têm que cumprir os conteúdos programáticos, leccionar de forma pedagógica; claro que é o fim de um ciclo; claro que ficamos satisfeitos quando tudo corre bem e tristes quando os resultados não são positivos, mas a responsabildade final é sempre a do aluno (e essa não a controlamos), porque cabe a ele preparar-se para o teste/exame, estudando individualmente. Mesmo quando este tem a preciosa ajuda dos explicadores, é ele que faz o exame SOZINHO!!! (não há uma musa inspiradora dos exames que lhes sopra aos ouvidos as respostas).

Além disso, há momentos fundamentais na nossa vida em que estamos irremediavelmente sozinhos: no nosso nascimento/morte, nas entrevistas de empregos, nos divórcios/viuvez, nas doenças, na defesa do nosso posto de trabalho (cumprir prazos e horários, realizar as nossas tarefas com qualidade e profissionalismo), etc... E temos que aguentar a PRESSÃO! Desta forma, através deste hábito salutar de sermos postos à prova desde tenra idade, preparam-se, assim, os alunos para a vida em sociedade, sempre competitiva e selvagem! Sempre sabendo que haverá sempre "Cavaleiros" e "Peões" (e os aldrabões, fugindo à metáfora do jogo de xadrez. Por outras palavras: por vezes, a meritocracia não passa de uma ilusão...)!

Interessante, também, o efeito dessa pressão nos testes intermédios, na hierquização das disciplinas, a nível da pertinência curricular, sendo a pressão colocada nessas mesmas (o resto são cantigas!) e em especial a Matemática e o Português, ao qual a pressão permanece durante todo o ano lectivo, pois se os alunos chumbarem a essas duas, reprovam!!! Às vezes quem me dera ser professor de EVT e de Educação Física (quero lá saber se sou injusto e elitista!)...

Finalizando, queria apenas sublinhar que é sempre bom espremer o "Limão", no final de cada ciclo! Vamos ver os resultados deste teste intermédio de Português e também nas outras disciplinas e, então, depois verificarmos como cada uma das nossas escolinhas ficou escalonada no famoso RANKING DAS SUPER-ESCOLAS!

Será que sai limonada? Ou tomatada (Bloody Mary)? Estamos em escolas de 1ª ou de 2ª? Somos SUPER-PROFESSORES, são eles SUPER-ALUNOS ou vice-versa?


TOMADAS DE POSIÇÃO - AGRUPAMENTO VERTICAL DE ESCOLAS LUISA TODI, SETÚBAL

Dia 27 de Janeiro realizou-se na escola-sede do Agrupamento Vertical de Escolas Luísa Todi, em Setúbal, uma reunião informal de professores que contou com 70% dos professores do agrupamento. Os professores presentes concordaram que, com as novas medidas anunciadas, o Ministério da Educação pretende acabar com a escola tal como a conhecemos (inviabilizando projectos e desregrando de vez o horário de trabalho dos docentes) inaugurando ao mesmo tempo uma era de desemprego na classe docente de que não há memória (estima-se que 30% dos actuais professores ficarão sem horário). Essa ambição será facilitada se os professores se mantiverem serenos e desunidos.

Ficaram definidos grupos de trabalho e delineadas as seguintes formas de protesto:

  • Contacto e mobilização das restantes escolas da cidade;
  • Colocação de faixa no exterior da escola com o objectivo de alertar a sociedade e os Encarregados de Educação para as consequências das medidas do ME no normal funcionamento das escolas;
  • Sensibilização da população através da distribuição de panfletos;
  • Contacto com a Escola Superior de Educação de Setúbal uma vez que, enquanto entidade formadora de professores, deverá estar alerta e sensibilizada para os níveis de desemprego que se avizinham na classe docente;
  • Redacção de mails a enviar para os deputados da Assembleia da República expondo as razões e os receios dos professores;
  • Vigíla na Praça do Bocage.

Os professores do agrupamento acreditam que está na hora de mobilizar de novo. De organizar a classe docente em torno da defesa da educação.

A LUTA NÃO DEVERÁ SER APENAS DE PROFESSORES DO QUADRO OU DE PROFESSORES CONTRATADOS, MAS DE TODOS OS PROFESSORES.

uyi

TOMADAS DE POSIÇÃO - APEDE, CALDAS DA RAÍNHA

(Re)começar a mexer

TOMADAS DE POSIÇÃO - INICIATIVA SINDICAL


sábado, 29 de janeiro de 2011

OLHA, PENSEI QUE ERA O TGV...

“Aqui está o grande projecto nacional. Esta época vai ficar marcada pela aposta na educação”, afirmou José Sócrates a propósito do projecto de modernização das escolas secundárias que prevê a requalificação 313 estabelecimentos, num investimento global de 2,9 mil milhões de euros. "Este é um projecto de muita ambição para o país e é a aposta maior na educação de que há memória”.


Quando um Primeiro Ministro de um país faz um discurso onde não se vislumbra a diferença entre obras nos espaços escolares (as tais que irão beneficiar sempre os mesmos às custas dos do costume) e investimento em educação, está tudo dito...

Sr. Sousa, a educação é muito mais que paredes. São crianças, são famílias, são profissionais. São pessoas, enfim. Centralizar a escola em mega-agrupamentos, inundar a escola de decretos, mandar milhares de professores para a reforma antecipada e outros tantos para o desemprego, obrigar crianças de 6 anos a percorrer quilómetros para chegar à escola e depois sorrir para edifícios a cheirar a novo é de uma falta de sensibilidade que assusta.

Porque eu no dia-a-dia vejo alunos que a esta altura do ano ainda não têm dinheiro para comprar livros. Vejo colegas a viver em ansiedade porque já sabem que não terão trabalho em Setembro. Vejo escolas sem auxiliares. Vejo escolas onde os alunos passam frio porque não há dinheiro para pagar o aquecimento no final do mês. Vejo alunos a desistir da escola porque em casa já não há sustento. E nenhum desses problemas se resolverá com obras na escola ou com Magalhães. E dizerem-me que não há dinheiro para as pessoas mas que há para grandes obras, revolta-me. Porque reflecte bem as prioridades de quem nos governa.
kjyg

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

FORAM OS GREGOS. FORAM OS TUNISINOS. FORAM OS EGÍPCIOS. SEREMOS UM DIA NÓS?

Quando a revolta de uns gera noutros esperança, só podemos concluir que o mundo está a mudar. Só não vê quem não quer.

EDUCAÇÃO SEXUAL - MAS QUAIS SÃO AS METAS DE APRENDIZAGEM?



Notícia do dia:

Professores não têm formação sobre educação sexual

Senhores jornalistas, por uma vez: os professores de Ciências têm muita formação sobre educação sexual. Faz parte do programa do 9º ano. Sistema reprodutor, métodos contraceptivos, doenças sexualmente transmissíveis, saúde individual e comunitária. O que é que é suposto a escola ensinar mais?

As escolas promovem palestras com técnicos de saúde, fazem-se trabalhos de investigação sobre educação sexual, há projectos dedicados à promoção de hábitos saudáveis. A maioria dos professores está disponível para responder individualmente a alunos que necessitem de esclarecimento. E se não souberem responder, podem sempre encaminhar os jovens através dos canais adequados (vulgo consultas de adolescência e de planeamento familiar nos centros de saúde).

Mas o que é que pretendem que aconteça mais nas escolas, senhores?

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NÃO TÊM AQUECIMENTO, CUBRAM-SE COM MAGALHÃES

Estive numa escola onde foi com estupefacção que a direcção foi informada que os 400 computadores que estavam para descarregar á porta da escola eram mesmo para ali. Porque ninguém os tinha pedido. Sem tomadas suficientes, sem quadro eléctrico que aguente, os computadores estão encostados à parede de algumas salas mais resguardadas sem qualquer utilidade. Nem os cartões que costumam vir a proteger os LCD's foram retirados.

Porque o investimento em tecnologia foi uma prioridade deste governo através do badalado Plano Tecnológico. Só que plano...não houve de facto. Só uma hemorragia de dinheiro em tudo que tivesse chips. E, de preferência que fosse vendido por determinadas empresas.

Quanto ao resto, parece que não há mesmo dinheiro para mais nada. Os meninos passam frio? Aqueçam-se com Magalhães...

Mais que um país pobre, somos mesmo um pobre país...

Centenas de alunos com cobertores para protestar contra frio em escola de Vila Real


No dia em que começou a nevar no distrito de Vila Real, os estudantes saíram à rua para se queixarem do frio intenso que dizem sentir dentro das salas de aula. Aos cartazes “uma aventura nos calotes polares”, “queremos aquecimento e água quente para toda a nossa gente”, “nas aulas a congelar nem conseguimos pensar” ou “liceu um iceberg em Vila Real”, os alunos juntaram os cânticos “aquecedores ligados, aquecedores ligados” e “queremos aquecimento”.

uy

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

SR. KUSTURICA, SE QUISER FAZER UM FILME EM AMBIENTE ESCOLAR, CONTACTE-ME!

Um dia destes tive uma aula que parecia saída de um filme do Kusturica. Aliás, se não se quiserem dar ao trabalho de ler o texto, basta ouvir a música kalasnjikov, do Underground, bem alta que ficam logo com a ideia de como me senti depois do episódio que relato a seguir. Como que atropelada por um tanque de guerra.

Semana temática na escola TEIP. Eu e uma colega decidimos acompanhar uma das nossas turmas a uma das actividades organizadas - uma exposição interactiva. Metade da turma nem aí. Ganda seca. Encostar-se à parede para que ela não caia.

45 minutos depois de papel molhado atirado para o chão e esferovite toda espalhada e a gritar por uma vassoura e uma parede suja de uma substância cor de rosa, demos por concluída a actividade e trazemo-los todos juntos para uma sala. A ideia era fazer um relatoriozinho sobre uma pequena actividade desenvolvida na minha disciplina na semana anterior, que se faria em 15 minutos, e os restantes 30 minutos para uma apresentação electrónica que a colega levava preparada.

Relatório? Não me lembro de nada, não trouxe os apontamentos, não faço ideia, não me apetece escrever, nem trouxe caneta...

A 20 minutos da aula acabar...eis que um da fila da frente começa aos gritos e a mandar tudo para o caralho porque me furaram a bola, caralho, furaram-me a bola. E uma bola de basquete era pontapeada com toda a força contra as paredes da sala e felizmente ninguém levou com ela na cabeça senão era mais um traumatismo craniano a ajudar à festa. O aluno sai desorientado da sala a pontapear a bola com toda a força contra as paredes e as portas do corredor. Eu e a minha colega a correr atrás dele. A., tem calma, A., respira fundo (o aluno é conhecido por se descontrolar). O puto a chorar baba e ranho, foi o meu pai que me deu a bola e agora o que é que eu faço. A., acalma-te. A gente compra-te uma bola nova, mas agora tem calma. E o A. de olhos vidrados e nós a vermos quando é que apanhávamos também....

Quando o A. acalma e sai para respirar fundo, resolve fazer confusão o F., um aluno a quem tive de fazer participação disciplinar porque andava a exibir a a atirar para o chão uma nota daquelas gordas. Nota que ele depois negou ter. E ficaremos sempre sem saber qual a sua origem (e se calhar o melhor é mesmo não investigar muito...). Então o F. não encontra melhor hora para começar também ele a gritar que como é que é, o outro diz p'ró caralho e não tem participação e eu mandei um papel para o chão (não sei se se estava a referir à tal nota) e fizeram logo participação de mim. E toca a exaltar-se e a sair da sala de aula batendo com toda a força com a porta.

Resto da turma a rir. Stôra, o que é que quer que a gente faça, são malucos...Todos a rir excepto a M. que, quando damos por ela está a chorar, branca como a cal. Quase a desmaiar porque quando vê gente exaltada fica com palpitações e sente-se muito mal.

E no meio da confusão a campaínha tocou, graças a Deus, e só me consola o facto de estar acompanhada por outra colega - senão, acho que quem desmaiava era eu....

E claro, não vimos apresentação electrónica nenhuma.


DIZ QUE HOJE É O DIA MAIS DEPRIMENTE DO ANO...


Dizem que hoje é o dia mais deprimente do ano

Hoje, 24 de Janeiro, pode ser o dia mais deprimente de 2011. A conclusão é de um psicólogo britânico, que criou uma fórmula para determinar a "Blue Monday" (Segunda-feira Triste), o dia mais deprimente do ano.


E parece que a fórmula nem levou em conta o resultado das presidenciais. Nem a apatia que assola Portugal. Nem o facto de mais de metade dos portugueses dar tão pouco crédito ao nosso sistema político que nem se deu ao trabalho de por os pés no seu local de voto...

A boa notíca é que, segundo a fómula, tudo parecerá melhor amanhã!

jlkj

domingo, 23 de janeiro de 2011

CÂMARA MUNICIPAL DA SERTÃ RESCINDE COM O ME

Como já constava, a Câmara Municipal da Sertã rescindiu o contrato de transferência de competências com o Ministério da Educação devido à falta de cumprimento por parte do Ministério.

A propósito dos salários em atraso dos funcionários da escola, nas palavras de Carlos Bicho, do Sindicato da Função Pública, "O ME não nos respondeu. Marcou-nos a reunião com a Direcção Regional que foi adiada e isto é um comportamento que não podemos aceitar. Os trabalhadores têm o direito de saber concretamente o que se passa"
.

Os trabalhadores e o país, acrescentaria eu...

sábado, 22 de janeiro de 2011

HOJE É DIA DE REFLEXÃO

E eu proponho para reflexão séria a seguinte frase, proferida por uma aluna minha do 8º ano quando questionada porque é que não quer andar na escola:

- Porque, stôra, eu quero mesmo é ir trabalhar. Para uma fábrica ou a lavar escadas, não interessa. Queria era ganhar dinheiro para poder saír de casa...

Dedicado a todos os que defendem que o sucesso dos alunos depende pouco de quem são os pais e que a responsabilidade da escola no sucesso de cada estudante é de 70%...

.,nnb.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O POPH, ESSE SALVADOR DA PÁTRIA...

hl

Ministério pressiona escolas para recorrerem a mais fundos da UE


"Estão a pedir-nos para mentir", confessa, preocupada, a directora de uma escola da região de Lisboa e Vale do Tejo, que já pediu à DRE para fazer o pedido por escrito, já que todas as instruções têm sido orais. "Se tiver um documento da DRE, a responsabilidade é de quem me pediu para "inventar coisas" e não minha", diz.


Eu não quero parecer pessimista, mas começo mesmo a achar que estamos já todos em bancarrota e que não há mesmo dinheiro para o funcionamento das instituições. Como naqueles filmes sensacionalistas para adolescentes, tipo o 2012, onde as cúpulas há muito que sabiam da catástrofe mas escondiam as evidências para se porem a salvo antes do pânico geral, sabem?

*Pois já sei que vão dizer olha lá está ela com as teorias da conspiração. Talvez seja só mesmo isso. Eu louca e o país de vento em popa...

jhgfj

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A Eugenização do Ensino Público

Fig 1. - A Eugenização do Ensino Público

Na minha escolinha, na semana passada, o CD resolveu realizar uma Reunião Geral de Professore (RGP), para analisar conjuntamente as metas de 2015. Sendo uma escola pequena e havendo falta de alunos, existe o receio, a médio prazo, que se estas metas não se cumprirem, a escola seja extinta irremediavelmente pelo ME.

Para além de outros papões, relacionados com o anterior:

  • "Perdem os vosso postos de trabalho - os vosso lugares efectivos" (por isso, toca a arranjar mil e uma estratégias, ou seja, vamos passá-los, mas vamos fingir que é difícil);
  • "Os alunos inscrever-se-ão noutras escolas" - principalmente aquelas que dão micro-ondas, máquinas de café e magalhães.
  • "Vejam o que está a acontecer aos professores de EVT; sois os próximos!"

Mas tanta preocupação para quê? Ora, observando o primeiro quadro, do ano lectivo transacto, verificamos que o nosso ensino já é verdadeiramente de sucesso, pois não existem quaisquer valores negativos em Português e em Matemática (abaixo dos 50%).

Por sua vez, no segundo quadro - as metas previstas para 2015 - os números sobem entre três a cinco por cento, no âmbito de cada disciplina.

Assim, leva-me a crer que em 2025 teremos alunos de elite, a eugenia educacional, a pureza do ensino (só que desta vez não é a eugenia do Tio Adolfo, mas do Tio Sócrates), pois se os alunos do 1º ciclo atingirem em 2015 a taxa de sucesso prevista, os mesmos alunos, nos ciclos seguintes, até 2025, serão la crème de la crème (lá estou eu armado em bom com os meus galicismos).

Consequências, perguntais vós?

Ei-las, digo eu, o Velho do Restelo do Ensino, o Oráculo das Aprendizagens-ao-Longo-da-Vida:

  • Os alunos serão supra-diplomados - terão muitos diplomas, mas pouca ou nenhuma experiência profissional;
  • Consequentemente, desempregados de longa duração;
  • A geração Nem-Nem (jovens de hoje, entre os 15 e 35 nos que não têm emprego, alguns diplomas, profissionalmente inexperientes), em 2025 ou morrerão de fome ou cairão na delinquência ou irão para o Governo, pois os seus pais físicamente já deixaram este mundo!
  • A Segurança Social será substituida por gestores de cobranças;
  • O Sócrates será Presidente da República, porque os portugueses querem referências nacionais e equipa vencedora, não se muda... (estou a ser irónico, hein, não se confundam!)

Bem, voltando a uma análise séria da metas, eis, mais uma vez, a tentativa clara de gerir um escola (o ensino) como um empresa, criando objectivos/metas fictícias (não o lucro, mas o sucesso) cujas consequências serão irrelevantes - provavelmente os alunos continuarão :

  • a não saber fazer (não deverão estar preparados a nível científico, apenas sabem umas curiosidades que os professores-animadores lhe transmitem de forma divertida);
  • deverão saber estar um pouquito melhor em sala de aula, e
  • deverão saber ser cada vez mais desempregados e sem rumo...

Mas DIPLOMADOS, CERTIFICADOS, ATESTADOS DE COMPETÊNCIAS, OBEDECENDO AOS CRITÉRIOS DE QUALIDADE ISO 9001 E CARIMBADOS!!

Ao menos isso.... (Ufa, estou cansado!)

IMPORTA-SE DE REPETIR, SENHOR CANDIDATO?



O candidato Cavaco Silva, em entrevista com a Judite de Sousa, para contornar a polémica das acções do BPN:

- (Nessa altura), eu era um mísero professor, minha senhora!

'Pera lá...mísero? Se ele tivesse sido médico ou advogado, teria dito "nessa altura eu era um mísero médico"? ou "nessa altura eu era um mísero advogado"?

Mísero em que sentido? Que ganhava mal? Sendo professor do ensino superior? E se fosse do ensino não superior? Que adjectivo teria escolhido? Mas afinal os professores não são aquela classe que ganha mundos e fundos sem fazer nenhum?!?

Ou seria mísero no sentido de miserável, reles - é que então, fale mesmo só por si. Porque há quem exerça a docência com muito orgulho e dignidade. Em especial quando as políticas governamentais o permitem - mas quanto a isso, o senhor candidato enquanto presidente não tomou muitas posições, pois não?

Eu não sei, senhor candidato, mas parece que se esperaria muito, muito mais de um presidente de um país. Não consigo deixar de lhe encontrar tiques de mísero candidato que está em vias de ser o próximo mísero presidente da república. Mísero no sentido de miserável, reles, bem entendido.

uhljuh

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

QUAL É A PARTE QUE NÃO ENTENDEM?


Quem me conhece sabe que estou geralmente no lado de quem vive no mundo real. Sou muito crítica relativamente a toda a gente que vive num gabinete a debitar regras para quem trabalha no terreno. Gabinetes das DREs, do Ministério, do Governo, sistema em geral - tudo me causa uma certa azia e, por vezes, muito desdém. Mas há situações em que, por muito que me custe, tenho de apontar o dedo a quem está no terreno e não ao poder central.

Vem esta introdução a propósito da resistência das próprias escolas em simplificar processos.

N
o caso da avaliação docente em particular, e em certas escolas, são tantas as grelhas, tantas as actas, tantos os documentos inúteis que até dói. Basta pensar na importância que certas direcções deram às fichas de objectivos individuais que são, de acordo com a lei, FACULTATIVAS...Pior ainda, os documentos que se inventam e que nunca foram mencionados em portaria nenhuma (relatórios, pré-relatórios, síntese de relatórios, planificações de aulas que só são feitas para o efeito porque na vida real nunca ninguém trabalha assim - os procedimentos para a avalição docente em várias escolas do país estão ser de uma criatividade surpreendente...). No fundo, há escolas estão a querer passar o dia-a-dia a trabalhar para a avaliação quando a ideia é avaliar o trabalho realizado no dia-a-dia.

E, no entanto, a lei nisso até é clara...Senhores Directores, qual é a parte que não entendem?

Despacho n.º 11120-B/2010
6.º -A
Redução das tarefas administrativas
1 — A marcação e realização das reuniões (...), deve (...) ser precedida:
a) Da ponderação da efectiva necessidade da sua realização e da possibilidade de atingir os mesmos objectivos através de outros meios(...);
b) De uma planificação prévia da reunião, estabelecendo as horas de início e do fim e com ordens de trabalho exequíveis dentro desse período; (...)

2 — Os órgãos dos agrupamentos de escolas (...) devem:
a) Evitar a exigência ao pessoal docente de documentos que não estejam legal ou regulamentarmente previstos;
b) Contribuir para que os documentos exigidos aos docentes ou produzidos na escola tenham uma extensão o mais reduzida possível;
c) Assegurar que a escola só se envolve em projectos que se articulem com o respectivo projecto educativo.

fjgf

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

CHAMAR OS BOIS PELOS NOMES

Ora aí está (finalmente) uma notícia lúcida na imprensa nacional...

Ministério da Educação quer suspender todos os projectos nas escolas

"As propostas ora apresentadas comprometem o apoio educativo, a escola a tempo inteiro, as actividades (aulas) de substituição, o desporto escolar, o desenvolvimento de projectos educativos, o cumprimento das Metas de Aprendizagem, os objectivos a atingir até 2015 e, ainda, dificultam sobremaneira a gestão e administração da Escola Pública".
O Conselho de Escolas - órgão consultivo do ME - aprovou um parecer contra a proposta, por unanimidade. Os directores defendem que a proposta do Governo "desrespeita" princípios da Lei de Bases do Sistema Educativo, ao impedir as escolas, por redução de recursos humanos e dos créditos horários, de assegurarem projectos e apoios aos alunos.

jhgf

PISA- O que ninguém divulgou!

No meio da crise sócio-económica que atravessa o nosso país, eis que o Relatório PISA trouxe algumas evidências a Portugal. Uma delas, e a melhor de todas, foi omitida pelos orgãos de comunicação social: mais de 90% dos alunos portugueses afirmaram ter uma imagem positiva dos seus professores!!!!
O relatório concluiu que os professores portugueses são os que têm a imagem mais positiva de entre os professores dos 33 países da OCDE.
O mesmo relatório concluiu que os docentes portugueses estão sempre disponíveis para as ajudas extras aos alunos e que se relacionam excelentemente com estes.
Estas evidências são altamente abonatórias para os docentes portugueses! Deveriam ter sido divulgadas pelos órgãos de comunicação social. Mas tal não se verificou.
Os professores, são uma classe profissional que deveria ser acarinhada e respeitada por todos, que deveria ter direito às melhores condições de trabalho, mas que apenas tem sido maltratada pelo actual governo. E digo isto, porque afinal de contas todos os cidadãos,sem excepções, precisam e precisaram de ter bons professores para ocuparem agora os cargos políticos que ocupam.
Mas o que é verdade, é que nada acontece sem uma razão...
Os professores portugueses são excelentes profissionais, pessoas dedicadas aos seus discentes e ao seu trabalho diário nas escolas deste país!!!!!!!!
E foi esta verdade que o governo tentou e tenta esconder.

Margarida Rufino
in, Jornal de Cascais

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

DUPLA PERSONALIDADE?

Mas o candidato Cavaco não é a mesma pessoa que o presidente Cavaco, aquele que durante 5 anos andou a levar este governo ao colo e a evitar fazer comentários? É que eu nas férias li "O Estranho Caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde", de Robert Louis Stevenson e as semelhanças com "O Estranho caso do candidato Cavaco e o presidente Cavaco" são assustadoras...

Sobre o presidente Cavaco, estamos conversados. Tirando o caso dos Açores, passou a legislatura a não comentar, a não prestar declarações, a ser, enfim, a múmia de Boliqueime com quem já convivíamos encolhendo os ombros. De repente, o candidato Cavaco desata a ter opiniões e a dizer coisas como:

03 de Janeiro de 2011 - Cavaco critica gestão de "part-time" no BPN



09 de Janeiro de 2011 - Cavaco acusa Governo de desperdiçar fundos e diz que já houve "falta de respeito" pelos agricultores


10 de Janeiro de 2011 - Cavaco intensifica críticas ao Governo e promete não ficar no "conforto do sofá"



11 de Janeiro de 2011 - Cavaco aumenta críticas e desafia o Governo a explicar medidas de austeridade


Assustador, muito assustador...


TOMADAS DE POSIÇÃO - MAIS RESPOSTAS

E se tiverem sugestões e/ou alertas, enviem um mail para os grupos parlamentares. Nós é que estamos no terreno, nós é que percebemos o alcance de determinadas medidas. Mas façam-no mesmo, que isto de falar, falar, mas não fazer nada é muito cómodo mas não nos ajuda muito...


Caro/a Docente,

Em anexo segue um Requerimento do grupo parlamentar do Bloco de Esquerda, apresentado e aprovado hoje pela deputada Ana Drago em sede de Comissão de Educação e Ciência, com votos favoráveis de todos os partidos da oposição e a abstenção do PS.

O objectivo deste Requerimento é ouvir a Ministra da Educação o mais brevemente possível, sobre as seguintes questões:

  1. A Resolução n.º 101-A/2010 de 27 Dezembro do Conselho de Ministros – com medidas que vêm penalizar muito as escolas;
  1. O projecto de Decreto-Lei sobre alterações curriculares – reforma curricular dos ensinos básico e secundário;
  1. O projecto de despacho sobre a organização do ano lectivo 2011/2012;
  1. Novo modelo de avaliação de desempenho docente.

Ainda não há data definida para a vinda da Ministra, mas será a 26 de Janeiro ou a 9 de Fevereiro, algo que poderá sempre confirmar na página da comissão de Educação e Ciência:

http://www.parlamento.pt/sites/com/XILeg/8CEC/Paginas/default.aspx

Agradecemos que nos façam chegar sugestões e opiniões sobre esta assunto, de maneira a melhor nos prepararmos para a audição à Ministra da Educação.

Com os nossos melhores cumprimentos,

Margarida Santos

Assessora do GP do Bloco de Esquerda para a Educação


segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

E A PROPÓSITO DE PROTESTOS MESMO A SÉRIO...

Companhia colombiana Aerocóndor
Ex-funcionários ameaçam com suicídio colectivo

Os ex-trabalhadores da empresa, encerrada há 30 anos, estão dispostos a morrer num suicídio colectivo devido ao não pagamento das obrigações laborais.

Nem consigo encontrar comentário possível...


"CHEGOU A ALTURA DE INVOCAR A NOSSA SENHORA DE FÁTIMA"

Recurso ao FMI já não depende do Governo

Sócrates garante que está a tomar todas as medidas para evitar a vinda do FMI, mas os economistas dizem que o Governo já tem poucos trunfos.


sábado, 8 de janeiro de 2011

DOCENTES DOS CEF E PROFISSIONAIS PASSAM A SER SUPORTADOS PELO POPH


Sobre a questão das remunerações dos docentes contratados que leccionam CEF e profissionais passarem a ser suportadas pelo POPH, informação adiantada pelos blogs A Educação do Meu Umbigo e Ad Duo, há dúvidas que se levantam na minha cabeça (eu sou uma pessoa complicada, eu sei) a que não encontro respostas.

Pessoal que por aqui passa, haverá alguém que me explique como se eu fosse muito burra quais as consequências destas alterações de fonte de financiamento? É só uma questão administrativa? Quer dizer, o OE deixa de financiar os CEF e profissionais, mas os professores continuam a ser pagos pela tabela através do ME, certo? Ou a sua remuneração dependerá dos dinheiros disponíveis?

Por outro lado, as escolas profissionais privadas já estavam a ser pagas por estes fundos. Como é que é? Os fundos são divididos e há menos para cada um, a CE está disposta a aumentar as verbas para Portugal(?) ou havia fundos que não estavam a ser utilizados?

Alguém? Alguém sabe?...

kjhg

QUE BANCO APOIAS?

Cravo & ferradura, no DN de hoje


sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

EFA's Sem Dinheiro, no ME?

Têm falta de verbas para pagarem os professores, nem contratam mais? Provavelmente, vão cortar nas verbas do estudo acompanhado dos nossos jovens estudantes, para alimentar a máquina das Novas Oportunidades & LDA!

O mais grave é que são os IEFP's, através do Ministério do Trabalho, com os seus centros de formação que irão ministrar estes cursos e quem está ao serviço nas escolas, da rede DREL, com mais experiência (mesmo sendo contratados), não terão novas oportunidades, correndo o risco de os seus contratos serem cessados...

ALEGRIA NO TRABALHO, amigos!!! E um sorrisinho!!! :)

Cito:

"Os desempregados têm de ter formação, mas as escolas não podem abrir novos cursos.

Está suspensa a abertura de novos cursos de Educação e Formação para Adultos (EFA), inseridos no programa Novas Oportunidades. Não há ainda nenhuma circular ou despacho a anunciar a suspensão, mas a ordem está a ser comunicada informalmente às escolas pelas direcções regionais de Educação."

(...)

A notícia está, de resto, a causar surpresa nas escolas, já que em Dezembro foi anunciado um protocolo entre a Agência Nacional de Qualificação (ANQ) e o Instituto de Formação e Emprego Profissional para canalizar para as Novas Oportunidades todos os desempregados.

«Na próxima terça-feira, tenho uma reunião com o centro de emprego de Gaia, que tem 19 mil inscritos, e não sei o que lhes vou dizer», admite Adalmiro.

Um professor contratado, numa escola da zona DREL, diz temer pelo futuro: «Não sei como vai ser. Esta medida só pode ter como objectivo cortar e acabar com alguns contratos. Mas também há muitos docentes do quadro a dar estes cursos».

Contactado pelo SOL, o Ministério da Educação diz que «o processo de autorização de novas turmas ainda está em curso». E justifica a suspensão com a «análise, à luz do rigoroso cumprimento dos critérios para a constituição de turmas», que ainda está a decorrer.

Ainda segundo o gabinete da ministra Isabel Alçada, estão a ser tidos em conta aspectos como o «número de turmas, o número de alunos por turma, a taxa de frequência e a rede escolar».

O Ministério da Educação não dá, porém, uma data para o fim deste processo. «Tendo em conta que as turmas EFA podem ser constituídas a qualquer momento, não há propriamente um prazo estabelecido».

In, Sol

margarida.davim@sol.pt


ESTATÍSTICAS NO PAÍS DAS MARAVILHAS

O Público Online de hoje avança com um estudo onde se conclui que existem factores como a idade dos alunos ou o meio sócio-económico de origem que influenciam os resultados nos exames no secundário, factores esses que a escola "não controla"; no entanto, parece que tais variáveis só explicam 30% dos resultados. O sucesso dos alunos depende pouco de quem são os pais. A responsabilidade da escola nos resultados dos alunos é, segundo o estudo, de 70%.

Ao ler isto, não posso deixar de me questionar se as senhoras que realizaram este estudo terão ido a alguma das (várias) escolas do país inseridas em bairros onde predominam famílias muito carenciadas, muitas delas dos PALOPs e de etnia cigana. Famílias onde a preocupação é ainda se haverá comida para todos ao jantar. Onde se os miúdos vão para a escola é para garantir o rendimento mínimo em casa e onde não há quem se preocupe em saber como vai a escola, muito menos em criar condições em casa que permitam que uma criança ou um jovem estude. Onde miúdos vivem essencialmente na rua e começam cedo a frequentar meios violentos e onde a droga é vulgar. Onde as alunas abandonam a escola porque se "casam" aos 13 anos. Onde uma parte importante das crianças é entregue aos avós (normalmente à avó, do avô já ninguém sabe) com meses de idade. Ou admitem que este tipo de jovens não chega ao secundário e que por isso não contam?

Dizer que o que define o sucesso dos alunos é a escola e não o meio é gozar com quem trabalha no terreno. É ignorar a realidade. É um estudo que não pode ter sido feito de forma séria. Aliás, os termos "escolas à sombra da bananeira" e "esticar os alunos", dizem tudo. Sem credibilidade. Pago pelo ME, pois então.


E DESDE ONTEM...

E desde ontem que quem pretende aceder à área de contratação de escola, professores ou escolas, encontra isto:Como as contratações de escola foram suspensas desde meados de Novembro até 30 de Dezembro, esta é mesmo uma boa altura para manter o site em baixo, impossibilitando a colocação de horários, o concorrer por parte dos candidatos e a tomada de conhecimento da decisão das direcções das escolas. Os alunos estão sem aulas? Que tenham aulas de substituição. Sempre são menos dias que se pagam aos contratados...

Este ano a contratação de professores tem corrido tão bem...


quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

E QUANDO...

E quando um terço da turma não traz caderno nem livro porque "stôra, não vê o que chove lá fora?"...


TOMADAS DE POSIÇÃO - RESPOSTA DO BLOCO DE ESQUERDA

Chegada hoje a resposta do BE ao mail enviado por uma colaboradora deste blog. Que o alerta fique feito já é importante.

Cara XXXXX,

Antes de mais, agradecemos-lhe o contacto feito com este grupo parlamentar.

Como sabe, a proposta de reforma curricular do Governo ainda não é conhecida. Aquilo a que tivemos acesso, e por via de meios não oficiais, foi um projecto do despacho que estabelecerá a reforma curricular, que o Ministério da Educação pôs à consideração de algumas, poucas, entidades. Aliás, muitos dos interessados estão a ter acesso a essa informação via blogs e outros meios.

Sobre este projecto temos muitas dúvidas e encontramos poucos pontos de acordo com as propostas feitas. No entanto, aguardamos que seja tornado público o documento oficial do Governo, no sentido de nos podermos pronunciar publicamente sobre o mesmo e trabalhar em propostas alternativas, se for caso disso. Chegado esse momento, teremos com toda a certeza em consideração o alerta que nos faz. Inclusivamente, o Bloco de Esquerda tenciona promover um amplo debate sobre a questão da reforma curricular, fazendo desta mais uma oportunidade de debate sobre a escola pública e sobre como a queremos organizar.

Mais uma vez lhe agradecemos o seu alerta, e não hesite em nos voltar a contactar se assim o achar pertinente, sobre esta e outras matérias.

Melhores cumprimentos e votos de bom ano 2011,

Margarida Santos
Assessora do GP do Bloco de Esquerda para a Educação


MAS QUE CONVENIENTE...

Falta de portaria impede Governo de cobrar a nova taxa especial sobre a banca

A contribuição extraordinária está prevista desde a apresentação do Orçamento do Estado de 2011, a 15 de Outubro passado. Na altura, o próprio ministro das Finanças e a bancada socialista agitaram-na, no debate de apresentação do OE de 2011, diante das bancadas da esquerda parlamentar, quando alegavam que o esforço da austeridade caía sempre sobre os desprotegidos.

Porém, desde a sua apresentação, o Governo levou mais de dois meses e meio para aprovar e publicar as ditas portarias. Os últimos dias de Dezembro foram aproveitados para publicar inúmeros diplomas, estatutos de institutos, tabelas de taxas, mas nada sobre a banca.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

XIII Tipos de Perfis de Professores( o IX não conta)


Fig1. Professor-Palhaço em Visita de Estudo

Ao ler o último post minha colega, taliban da educação, fez-me reflectir ad profundis (o latim é sempre algo de bonito e quem não pesca nada de linguas mortas, diz para consigo"Aquele Pica-Mula é deveras culto e tal...") sobre as diferentes funções/hábitos/máscaras (no sentido teatral) da digníssima profissão de docente... Então, cá vamos:

i) O Professor-Freud- psicanalista, ouve em confessionário (se for DT e não só...) alunos, colegas, encarregados de educação sobre as contingências da vida de todos os envolvidos no famoso processo, seja isso o que for, de ensino-aprendizagem e no fim prescreve a sua receita para o sucesso escolar;

ii) O Professor-Freira - cheio de ética, transpira Platão e Cristo, pelo poros: a escola é sagrada, as aulas são um templo, o CD - um santo e os colegas os seus cruzados. Nunca faz greve, entrega sempre tudo dentro dos prazos e nunca diz palavrões;

iii) O Professor-Muita-Fixe (variante Professor-Palhaço) - nunca prepara as aulas, nunca lecciona aulas, nunca tem problemas na aula e todos os alunos têm aproveitamento e é um verdadeiro entretainer (um anglicismo fica sempre bem);

iv) O Professor-Folgado - distraído ou incompetente por natureza: perde os papéis e para o CD (isto, se este for benevolente) não lhe levantar um processo disciplinar, não lhe atribui qualquer tipo de cargo: não é DT, Coordenador, está sempre de baixa, etc (vagueia no pátio da escola, para fumar às escondidas);

v) O Professor-Verdinho - novo na profissão, contratado por natureza, tudo lhe parece novo: colegas, auxilares e discentes - deslumbra-se com um simples arroto de um aluno mal comportado, do 6º ano;

vi) O Professor-Muita-Ocupado - Coordenador, assessor das mijas, sempre com muitas fichas e testes para corrigir e mesmo que não tenha nada para fazer, diz sempre:"Estou cheio de trabalho, não me perturbem!", puxando, ao mesmo tempo, tragicamente, os cabelos! Ah, além disso, organiza todos os eventos escolares (variante Professor-Organizador-de-Eventos);
vii) O Pofessor-Tótó - mal vestido, com os pêlos do nariz a sairem da narinas que mais parecem brócolos, cheio de tiques, gozado por todos, com saídas inconvenientes para com as colegas do sexo feminino. Todos os alunos copiam nos testes;

viii) A Prof-Muita-Sexy - sente-se lambida visualmente pelo Professor-Tótó, Mata-Hari da sala dos professores, todos os rapazes vão às suas aulas, veste Prada da Chinatown e tem de Avaliação de Desempenho Docente - Muito Bom (todos os professores querem estar presentes nas suas aulas assistidas);

ix) O Electricista-a-fazer-se-de-professor-gestor-e-de-DR. (Private Joke - vocês sabem que eu sei de quem se trata, obviamente aqueles que sabem);

x) O Professor-Sabático: cheio de teses, cientifico-pedagógicas avançadas, cheio de mesuras e poses e sentenças. Narcísico, por natureza, utiliza uns palavrões das Neo-Pedagogias-da-Treta ou mostra o seu saber científico aos seus pares, de forma transbordante, numa falta de humildade, quase provocadora!;

xi) O Professor-Suissinho - dá-se bem com todos (nunca fala mal nas costas), incolor, inodor, quase beato de Fátima... No fundo... um Mete-Nojo (no sentido de tristeza, no fim de contas é um triste solitário). Não se compromete com ninguém, mas quando precisar, ninguém o apoia - mais preocupado em salvar o seu umbiguinho;

xii) O Professor-Segurança-Social, tem normalmente a função de DT, todas as ovelhas do seu rebanho são incólumes e os professores que chumbam são os maus-da-fita!;

xiii) O professor-Mau-da-Fita (mas só afingir), chumba no primeiro período, a torto e a direito; prepara as aulas, os alunos detestam-no, mas no fundo ele tem que secumbir à pedagogia de sucesso do ME e passa-os a todos no último período;

xiv) O Professor-Normal: lecciona as suas aulas normalmente, trabalha de forma regular, cumpre normalmente o seu dever, tem outros gostos para além da escola, gosta de estar em família, respeita, respeita-se e é respeitado;


Sinceramente, acho que todos nós, aqueles que são licenciados/profissionalizados, temos cá dentro, da nossa pele de professor, quase todos estes perfis que emergem pontualmente de forma descompensada. Estes surgem à tona do nosso Ego, periodicamente, ao longo de cada ano lectivo - o Professor-Normal é apenas um arquétipo utópico(lá, estou eu, com as minhas manias de Professor-Sabático!!!).

E PORQUE NÃO...

E porque não linguagem gestual? E porque não um curso de planeamento familiar? E porque não educação especial como formação-base para todos os professores?...

E para quando perceber que um professor é só uma pessoa e que não se lhe pode exigir que seja a salvação de todos os males e dificuldades na sociedade?

Professores deviam aprender Braille

O Braille deve integrar os planos de estudo da formação de professores para ajudar a que os alunos cegos tenham acesso à leitura e escrita, defende a Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO).