Aventuras e desventuras dos professores, formadores, contratados ou a recibos-verdes que leccionam na Escola Pública, Profissionais, Colégios, IEFP's, Casa Pia, TEIP's em cursos de UFCD's, EFA's, EFJ's, CNO's, AEC's PIEF's, ...

Aceitam-se contributos: eanossaescolinha@gmail.com



quarta-feira, 20 de julho de 2011

PRÉMIO ARGUMENTO MAIS ESTÚPIDO

Quando o ouvi uma vez, aceitei que a pessoa em causa estava cansada e a ver mal o filme. Depois ouvi o mesmo argumento outra vez. E outra vez. Por outra e outra pessoa. E assumi que não era cansaço. Era mesmo egocentrismo infantil e bacoco.

Assim, e neste encerrar de ano lectivo, o Prémio Argumento Mais Estúpido vai para...

- Esta avaliação é muito injusta, muito arbitrária, blá, blá, blá... mas agora  EU também não achava bem que não contasse para o próximo concurso, porque EU esforcei-me tanto, EU fiz tanto show-off, EU perdi tanto tempo a fazer um relatório, que agora também não queria perder o MEU asterisco.

E tirar as palas dos olhos e tentar ver o todo, era assim a modos que difícil para essas cabecinhas, não?




klk

quinta-feira, 14 de julho de 2011

E SE...

O professor Ramiro do blog ProfBlog escreveu hoje um artigo quanto ao desastre que foram os exames do 9º ano relativamente a anos anteriores (os da MLR, onde tudo servia para a estatística...) com o título: "Implicações a tirar da catástrofe: rigor no acesso, prova de ingresso e período probatório". O professor Ramiro associa portanto à partida maus resultados num exame com fraca formação dos professores (o que me leva a pensar se nos anos da MLR o professor Ramiro advogou que os professores estavam mais bem formados que nunca...).

Pois, professor Ramiro, mas eu,  não sendo professora de Matemática nem de Português, dou aulas ao 9º ano e conheço os alunos. E conheço os professores. E vi a displicência com que os alunos encararam os exames, sem trazer sequer  de casa o material necessário para a prova, até porque "já tive positiva, stôra". E vi também o desânimo e a frustração que os colegas  (professores com muitos anos de serviço) demonstraram hoje, depois de batalharem um ano inteiro por coisas tão básicas como a realização dos TPC ou a assiduidade dos alunos, depois de darem aulas extra para preparação para o exame e propondo-se a todos os testes intermédios possíveis.



Por isso, ponho outra hipótese:

E se...
 
E se os resultados provarem apenas que
  •  quanto mais facilitista é o ensino;
  •  quanto mais os professores forem pressionados a passar os alunos ao longo do ciclo (olhem as metas, as metas!!!!);
  •  quanto mais os alunos forem passando sem saber;
  •  quanto mais os alunos puderem faltar sem consequências;
  •  quanto mais os alunos souberem que independentemente do seu esforço, hão-de passar de qualquer maneira, nem que seja num Centro Novas Oportunidades num cursinho dado em apenas 1 ano...
Menos empenho há e que por isso piores serão os resultados?

Não sei, acho que este aspecto também podia merecer reflexão, porque achar que uma prova de acesso à profissão era o suficiente para por os alunos a estudar, parece-me uma visão um bocado simplista...

hjhj

quarta-feira, 13 de julho de 2011

À DERIVA

Ainda hoje falei com um elemento de um Conselho Executivo que me dava a seguinte informação relativamente aos horários para 2011/2012 que têm de ser entregues na DGRHE até dia 22 deste mês: "temos a distribuição de serviço parada porque o que nos é dito em reuniões com outras escolas é que estão para sair novas directrizes".

Não é preciso um mestrado em organização escolar para perceber que caso as novas directrizes cheguem, chegam tarde; caso não cheguem, está a ser empatado de forma injustificada o trabalho das escolas. E em qualquer uma das situações, o ME não se sai bem na fotografia...Não seria uma boa altura para a implosão defendida pelo Nuno Crato?


A educação está a duas velocidades. De um lado, o ritmo do novo ministro, Nuno Crato, que até ao fim deste mês irá informar as escolas das alterações que pretende introduzir no próximo ano lectivo; do outro, o calendário da Direcção-Geral dos Recursos Humanos da Educação (DGRHE), que impõe aos estabelecimentos de ensino prazos para decidirem sobre a organização curricular.

kjkj

sexta-feira, 8 de julho de 2011

E ENQUANTO FAZEM PORTFÓLIOS...

E enquanto investem em relatórios de auto-avaliação e portfólios e floreados, no mundo real as coisas estão assim:

"As escolas receberam indicações da tutela para que os professores em contrato de substituição cessassem funções em Julho, com a agravante de dispensarem as pessoas sem gozarem os dias de férias a que tinham direito. Isto afecta alguns milhares de professores", disse ao CM João Dias da Silva, da Federação Nacional da Educação. A tutela escusou-se a tecer comentários.

lklk

PARA A MOODY'S, COM UM BEIJINHO

Já que é lixo, paguemos até à última beata. Também não gosto de ficar a dever nada a ninguém...

quinta-feira, 7 de julho de 2011

RELATÓRIO DE AUTO-AVALIAÇÃO

A pedido de milhares de colegas que não encontram as respostas que necessitam e não querem gastar dinheiro no livro colocado no anterior post, aqui deixamos um livro da nossa autoria.

Uma vez termos assistido ao sofrimento de vários colegas, os mesmos que não sabem como elaborar actas, relatório de departamento ou relatórios de visitas de estudo pensámos ser esta a melhor oportunidade para lançar este livro.

  • Colega, o stress vai acabar porque o livro vai ajudar

  • Colega, não deixe para amanhã o relatório que iria elaborar depois de todos os outros (em modo copy-paste).

  • Colega, a privada (universidade) não te instruiu mas aqui os colegas não são do piorio.



Nota:
Todos os que desejarem receber esta excelente obra, basta enviarem um email a solicitar o envio do mesmo.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

É QUE ERA PRECISO...

É que era preciso eu estar muito histérica para dar 15€ por um livro para fazer um relatório de 6 páginas, cuja avaliação é subjectiva e ninguém sabe muito bem para o que servirá. E, pior ainda, sabendo que o relatório nestes moldes não existirá no ano que vem. Acho que seriam as 6 páginas mais caras que alguma vez escrevi na vida...


terça-feira, 5 de julho de 2011

RECIBOS VERDES TAMBÉM TÊM CORTE NO 13º MÊS

O que???? Mas eu nem tenho 13º mês?

Tal como noticiado no jornal Correio da Manhã:

"Os recibos verdes não vão escapar ao imposto extraordinário anunciado por Passos Coelho, mesmo que esses contribuintes não recebam subsídio de Natal. A fórmula a aplicar pela tributação autónoma vai contemplar o rendimento anual bruto, a que será subtraído o valor do salário mínimo vezes 14 meses. Será aplicada então a taxa de 50% sobre 1/14-avos do valor obtido."

Lindo, lindo vai ser quem no mês de Dezembro tiver um vencimento (recibo verde) de poucos euros (porque até nem teve muito trabalho) ter de pagar centenas de euros. É pagar para trabalhar.

O tão preocupado Paulo Portas, que na oposição criticou de forma veemente a introdução do novo código contributivo - principalmente para os trabalhadores independentes, agora não critica nem se pronuncia sobre as medidas adoptadas pelo seu próprio governo.  

Recordando:

“De que é que vale trabalhar num país onde um jovem que começa a sua vida laboral é sacrificado por impostos, contribuições e taxas que já não são imposto, são confisco"

“Como é que um jovem pode sonhar subir legitimamente na vida num Estado confiscatório como este?”

"Alguém tem de chamar a atenção. Alguém tem que pôr juízo nesta questão do Código Contributivo»

No debate quinzenal com o primeiro-ministro, José Sócrates, aberto pelo CDS-PP, Paulo Portas considerou que a proposta para o novo Código Contributivo é "uma verdadeira lei de extorsão fiscal" que "tem que ser discutida politicamente na Assembleia da República".

O presidente do CDS-PP, Paulo Portas, assinou a 16 de Janeiro uma petição lançada na Internet pelos democratas-cristãos contra o novo código contributivo da Segurança Social e apelou a uma "onda" da sociedade civil face ao "aumento encapotado de impostos".

Ele que gosta tanto de chapéus, está neste momento a enfiar um dos grandes a milhares de portugueses. É assim a política em Portugal. Novos cargos, novas atitudes.

Já agora deixo também algumas medidas.

Obrigar todos os portugueses a pagar uma taxa por utilização de embarcações de recreio! Ah e tal mas eu em sequer tenho barco! Azar.

Pagamento de um imposto por utilização de oxigénio mais puro, ou seja, todos os portugueses que moram acima do 4º andar devem pagar uma taxa acrescida.

Nova taxa sobre o número de horas de sol em Portugal Continental. A taxa incidia sobre a localidade com maior n.º de horas de sol. A cada mineiro era ainda cobrada uma taxa adicional.

Novo imposto sobre a utilização do TGV entre Freixo de Espada à Cinta e Paris a construir perto do novo aeroporto de Santa Comba Dão. Os estudos iniciam em 2055.

Bem, já chega... esta última parte foi só para não mandar todos estes políticos a diversos sítios.


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segunda-feira, 4 de julho de 2011

SURPRESA, SURPRESA!

Insucesso escolar. Plano para salvar alunos faltosos foi um fracasso

A tentativa foi "bem-intencionada" e a medida cheia de "boa vontade". É pena ter sido um fracasso. Na anterior legislatura, os deputados do PS e do CDS/PP decidiram dar uma oportunidade a quem não aparece nas aulas. As escolas passaram a ser obrigadas a fazer um plano individual de trabalho (PIT) para os alunos que ultrapassam o limite de faltas injustificadas. A regra consta do novo Estatuto do Aluno e foi testada no ano lectivo que agora terminou. Chegou o momento de conhecer os resultados: "Não foi de modo algum eficaz", explica Agostinho Guedes, director da Escola Secundária Inês de Castro, em Gaia. Que é o mesmo que dizer que esses planos são "inócuos e só serviram para aumentar a burocracia e o trabalho dos professores", acrescenta Teresa Lopes, do Agrupamento Ibn Mucana, em Alcabideche (Cascais).

ÇLÇ

ACHO ÓPTIMO...

Numa escolinha algures pelo país,  em reunião de Conselho Geral, e perante a evidência do aumento do abstentismo, abandono e indisciplina, é deixado em acta, entre outras recomendações, que:

"(...)No próximo ano lectivo, as turmas mais difíceis sejam atribuídas aos docentes com melhor avaliação pois, sendo esta digna e justa, estes docentes são obviamente os mais capacitados."

Ora bem! Peguem lá num CEF manhoso e mostrem a vossa excelência!

JÁ SE PODE DIZER

Calhou-me, entre outras tarefas, fazer a planificação de um determinado nível da minha disciplina para o ano lectivo que se avizinha.

Isto dos programas do Ministério da Educação oferecerem páginas e páginas de "Orientações Curriculares" em vez de conteúdos a leccionar é de bradar aos céus!!!!

Ufa! Sabe bem poder dizer estas coisas sem sermos olhados como mentecaptos obsoletos, não é?

hjh

domingo, 3 de julho de 2011

APLAUDO

E depois da baldada fria inicial em que parecia que voltávamos ao filme "A Educação Está de Rastos Culpa Exclusiva dos Professores" e que voltávamos a ser alvo de uma série de medidas "inovadoras" que assumiam sempre os professores como incompetentes enquanto as suas condições de trabalho (autoridade, número de alunos por turma, borucracia, programas desajustados) diminuiam de forma continua, eis que aplaudo (ao fim de tantos anos!) medidas e ideias emanadas pelo Ministério da Educação:

Ministro suspende fecho de escolas do primeiro ciclo 

 

Ministro da Educação quer reduzir “dispersão” de disciplinas no 3º ciclo 

 

Nuno Crato quer tirar calculadora a alunos do 5.º e 6.º anos


jhju

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Acabar com os mamões sociais

Apesar do título deste post ser um bocado duro, é pena que a medida que vos vou desvendar, não seja igualmente tão dura.

No meu agrupamento (onde adoro exercer a minha profissão- não estou a ser irónica!), existem mais de 15 turmas de cursos de adultos (malta que vai às aulas para continuar a receber o RSI), em regime diurno, e a funcionarem dentro dos bairros sociais aos quais as criaturas pertencem, para que as mesmas não tenham que se deslocar.
Os professores... esses, têm que percorrer a cidade para leccionarem as suas aulinhas nos ditos bairros, sem terem direito a qualquer subsídio de deslocação.

Esta semana, houve uma turma que se revoltou, pelo simples facto de a matrícula para o próximo ano lectivo (que é feita pelos professoes no interior das instituições dos ditos bairros), exigir pela primeirissima vez, o pagamento do seguro escolar (3,85 euros), não no acto da matrícula, mas na secretaria da sede do agrupamento.

Ora, eu até os compreendo... pessoas que durante anos a fio, nunca pagaram renda de casa, recebem avios gratuitos das assistentes sociais, nunca pagaram impostos, nunca trabalharam ... porque não têm o 9º ano, e que ainda lhes pagam o Rendimento Social de Inserção para literalmente andarem na escola. Agora terem de começar a pagar um seguro escolar e terem que se deslocar para o efeito... é realmente demais para os mamões sociais!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Apesar de não estar optimista em relação a este governo ... fico mais descansada que se lembrem das novas oportunidades para começarem a pouco e pouco a fazerem um desmame dos "pequenos luxos", não acessíveis a qualquer cidadão.

Fiquem atentos... pois tenho para mim, que os mamões estão em vias de extinção !