Aventuras e desventuras dos professores, formadores, contratados ou a recibos-verdes que leccionam na Escola Pública, Profissionais, Colégios, IEFP's, Casa Pia, TEIP's em cursos de UFCD's, EFA's, EFJ's, CNO's, AEC's PIEF's, ...

Aceitam-se contributos: eanossaescolinha@gmail.com



terça-feira, 30 de novembro de 2010

Adaptabildade? Onde já ouvi isto?


Ministra do Trabalho já Pisca o olho à adptabilidade?! Onde é que já vi isto a acontecer? Se o ME também se lembra desta...

"Qual é o caminho? «Maior adaptabilidade e flexibilidade no mercado de trabalho, favorecendo trabalhadores e empresas». «Potenciar a utilização desses instrumentos parece fundamental».

Estará a porta aberta para a agilização dos despedimentos? Confrontada pela TVI com essa possibilidade, Helena André frisou que «o que vamos fazer é partir de um instrumento que já existe. Não estou a dizer que vamos alterar, vamos partir dele para ver as potencialidades que tem».

Helena André não quis deixar de lembrar que o «código do trabalho é o resultado de uma negociação entre parceiros sociais e Governo»."

EU NÃO pisco O OLHO AO REGIME DA ADAPTABILIDADE NA EDUCAÇÃO!!!!
(Hum... Isto lembra-me uma greve que fiz recentemente...)
Quiri, quiri, quiri, qui-ri qui-ri-qui! QUIRI QUI!!!!

Tesourinhos deprimentes


Mais um tesourinho, acabadinho de sair de mais uma fábrica de criação de pequenos e futuros génios.

Duas alunas(*) conversavam calmamente na aula, sem ligarem patavina ao que estava a abordar. Depois de as mandar calar, uma delas toda arrebitada, afirmou:

(*) com cerca de 16/17 anos

Poxas, ao stor nã escapa népia, tem cá um olfacto!!
 

É NOTÍCIA ATRASADA, CERTO?

Vem hoje no jornal, em manchete:

Eanes diz que podemos voltar a ter esperança com Cavaco Silva


Uhu! Sr. Ramalho Eanes! Esse era o discurso há 5 anos atrás! Esteve em coma no últimos tempos? É que o Cavaco já é Presidente da República. Há muitos anos, por sinal. Porque é que o povo havia de voltar a ter esperança mantendo lá o mesmo?

Há gente que devia mesmo reformar-se da política, ir descansar e preservar a dignidade. Tanta, tanta...

**E depois o outro é que estava agarrado ao poder...


segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Educação "made in Portugal"



Para quem não sabe, no inicio do ano lectivo, foi lançado para o mercado e adoptado por muitas escolas (1º ciclo incluído) um novo dicionário que incluí os chamados “vulgarismos”, ou seja, uma verdadeira colectânea de palavrões.

Segundo o Ministério da Educação, a escolha das publicações inscreve-se no quadro de "independência das escolas", sendo que o dicionário "não pode ser censurado porque os vocábulos existem", remata fonte oficial.
Eu até respondia a estes Srs. e desde já garantia que todas as palavras utilizadas estão no dito dicionário.

Tesourinhos deprimentes

Modalidade: EFA (Educação e Formação de Adultos)
Hora: 11:00 (intervalo)

Formador:
Este tema da maçonaria é extremamente interessante.

Formanda:
Professor, eu também acho.

Formador:
Sabe que existem diversas individualidades que fizeram parte da maçonaria. Por exemplo, diz-se que Leonardo da Vinci fazia parte da maçonaria.

Formanda:
Fazia, professora? Então mas já não faz parte?


Os segundos de silêncio foram apenas interrompidos pela afirmação de um outro colega: “Só espero que quando este curso acabar não nos obriguem a fazer o 12º ano”.

Oh, meu amigo. Eu também espero que não. Então ter o 9º anu não é tãu lindo e soficiente pra trabalharr nas obrras ou estarre nu rendimento minimo.

"Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente, imortal,
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!"

TÃO COMPETENTES QUE ELES SÃO...

Depois de entregar o orçamento atrasado e incompleto, depois daquele drama para aprovar este OE, documento imprescindível para a boa saúde económica do país, eis que:

Comissão Europeia arrasa previsões do Governo no Orçamento de Estado para 2011

Honestamente, as minhas expectativas não estavam muito altas. Um Primeiro Ministro mentiroso, vaidoso, com tiques de ditador a viver de propaganda e o pior Ministro das Finanças da UE, não formam propriamente uma equipa de sonho...

Votaram neles, agora aguentem...

NÓS E O PASSARINHO

Esta é uma private joke. Mas este é também um private blog, por isso não faz mal. A maioria das 5 pessoas que por cá passam (vá, 6 pessoas - eu insisti muito para que a minha mãe viesse cá de vez em quando...) recordarão a altura em que o nosso sentido de humor passava por estas coisas. Assim visto à distância, não era bom sinal, de facto.


domingo, 28 de novembro de 2010

Frases e Pensamentos

"A boa educação é moeda de ouro. Em toda a parte tem valor."
Padre António Vieira, Portugal, 1608-1697

"Tudo está na educação. O pêssego dantes era uma amêndoa amarga, a couve-flor não é mais do que uma couve que andou na universidade."
Mark Twain, EUA, 1835-1910

"Quando a árvore é pequena, o jardineiro orienta-a como quer. Mas quando a árvore cresceu, já não pode re-orientar as suas curvas e sinuosidades."
Abu Shakur, Pérsia, Séc. XX 

"A educação é a higiene do espírito, assim como a higiene é uma verdadeira educação do corpo."
Paolo Mategazza, Itália, 1931-1910

"A educação pode tudo: ela faz dançar os ursos."
Wilhelm Leibniz, Alemanha, 1646-1716

"Toda a educação assenta nestes dois princípios: primeiro repelir o assalto fogoso das crianças ignorantes à verdade e depois iniciar as crianças humilhadas na mentira, de modo insensível e progressivo."
Franz Kafka, Austria, 1883-1924

"Um homem é capaz de gastar um milhão de moedas para casar uma filha, mas não sabe gastar cem mil para instruí-la."
Kaibara Ekiken, Japão, 1630-1714

"A educação é o que resta depois de se ter esquecido tudo o que se aprendeu na escola."
Albert Einstein, Alemanha, 1879-1955

"Não posso ensinar a falar a quem não se esforça por falar."
Confúcio, China Antiga, 551-479 AC


"Os alunos vão ter aulas ali? Pensava que fossem contentores para as obras."
José Sócrates, primeiro-ministro, numa visita à Escola Secundária Pedro Nunes


"São monoblocos para os alunos terem aulas, eles depois nem querem sair daqui."
Maria de Lurdes Rodrigues, ministra da Educação

TÃO RICOS QUE NÓS SOMOS...

Para quem não está nas escolas, não percebeu os rios e rios de dinheiro que foram gastos pelo Parque Escolar. Não foram obras de remodelação normais. Não foram obras necessárias para o normal funcionamento de uma escola. Foram obras que, segundo os próprios "tinham de estar ao melhor nível da Europa". Estamos a falar de materiais de construção do mais caro do mercado. Mesmo que só para forrar uma parede exterior com uma placa metálica com o nome da escola. Estamos a falar de equipamentos a funcionar que foram deitados fora porque se fez questão de instalar novos de raiz. E mobiliário deitado fora de forma indiscriminada também. Estamos a falar de escolas a que foi acrescentado um torreão porque "o conjunto não ficava harmonioso". Tudo feito com recurso a crédito, claro. Alguém ganhou muito, muito dinheiro. E a factura será cobrada ao estado. E quando não houver dinheiro para suportar a renda, o que vai acontecer? Começam-se a cobrar propinas no Secundário? E nessa altura, quem serão os responsáveis a apontar? A crise internacional? Os mercados? O FMI?...

Parque Escolar vai cobrar 50 milhões em rendas em 2011


O MUNDO É UM SÍTIO COMPLICADO...

Os meus alunos dizem coisas como:
  • "Se eu não fosse burro não era preto";
  • "Um dia tava na xepa, e um branco ensinou-me o que fazer quando somos picados por abelhas" (frase dita por um miúdo do 8º ano. Claro que a identificação do senhor podia ter sido feita por "um homem", "um tipo", "um fulano", "um filho da mãe" - a cor da pele era completamente irrelevante no contexto);
  • "Olha lá, oh cocó!" (aluna preta a chamar um colega também preto);
  • "E tu és uma escarumba!" (resposta a "És um parvo!");
  • "Tás mesmo pretona nesta fotografia" (comentário a uma foto do livro de ponto feito por um colega ainda mais escuro que a visada...);
  • "Pretalhada, professora!" (forma de uma aluna, negra, sintetizar uma agressão que ocorreu no refeitório).
E depois os mesmos alunos são capazes de ter um processo disciplinar porque acusam uma professora de ser uma "racista do caralho"...o mundo é um sítio complicado...


sábado, 27 de novembro de 2010

O BOM SENSO DA DIREITA ADERIU À GREVE GERAL

"Há - sem dúvida! - um clima de revolta social latente, não só originada pelo pacote de austeridade ora aprovado, mas sobretudo pelo sentimento de inutilidade dos sacrifícios. Os portugueses - comunistas, sociais-democratas, socialistas ou independentes, democratas-cristãos, todos - sentem que algo (pouco) vai mudar, para tudo ficar na mesma. Ou seja, as classes média e baixa pagam a factura: os apparatchiks, os boys dos partidos que estão nas empresas públicas e outros tais dessa nova "aristocracia político-partidária" vão continuar imunes ao esforço colectivo geral. É este sentimento de injustiça que deve ser evitado: infelizmente, os partidos políticos não percebem - não querem perceber! - esta realidade elementar.", por João Lemos Esteves, em O bom senso da direita aderiu à greve geral.


PRONTO! JÁ LÁ CHEGARAM!

Fui durante vários anos colega de gabinete de um professor, entretanto reformado, que, quando nos ríamos de alguns episódios passados com alunos ou quando nos queixávamos do facilitismo no ensino, nos lembrava sempre "Cuidado! Um dia eles chegarão ao mundo do trabalho!". E quando nos deparávamos com algum profissional cujas habilitações nos levariam a esperar maior competência, ele dizia sempre "Pronto! Já lá chegaram!". Lembrei-me disto quando li um mail que me foi enviado por um engenheiro civil de profissão. E que eu reproduzo agradecendo a colaboração externa:

Não são só os alunos das TEIP, CEFs ou profissionais que demonstram a aquisição e aplicação de conhecimentos inovadores. Os engenheiros e arquitectos também são pessoas de grande cultura técnico-científica.

Veio-me parar às mãos um projecto de arquitectura que define um novo tipo de janela: a janela Xilobatente.

Como somente conhecia as janelas oscilo-batentes, fiz uma busca na Net para tentar descobrir que janela era esta e descobri o seguinte (também sou engenheiro mas admito a minha dose de ignorância):

-Xilo é um prefixo que se utiliza em materiais ou processos referentes à madeira (xilo = madeira).

Então cheguei à conclusão, brilhante claro, que existe um novo tipo de janelas: as supersticiosas, que são as que batem na madeira, agora conhecidas por Xilobatentes.


Portanto, é oficial: Pronto! Já lá chegaram!


sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O Fantasma do FMI? Ou aqui há Gato?


Já descobri a verdadeira razão pela qual os nossos governantes - Governo, Presidente, Oposição e Partidos - não querem que o FMI venha a Portugal?

Querem saber?
Hum... Não sei se diga...

Bem, cá vai: "Eles vêm cá e passam a pente fino todo o dinheiro do Estado e constatam que o dinheiro dos nossos impostos e dos financiamentos da UE foram, ao longo destes anos, para aos bolsos de uns quantos, que por mera coincidência são seus amigos ou familiares, que por sua vez lhes abriram umas contas na Suíça! E chegam à conclusão: FOI TUDO SAQUEADO!" (Até as barras de ouro do Salazar...)

ENTÃO É ASSIM

Pela blogosfera, no blog Paracuca:

"Depois é esta treta do orçamento de estado. Ora vamos lá a ver, eu, burra que nem um calhau com olhos, entendo menos do que zero de macro economia. Não sei, nem quero saber, como é que se governa um país. Agora não aceito a culpa que me querem emprestar. Ah e tal temos todos que fazer um sacrifício porque há meia dúzia de anormais que esgotaram a receita. Vamos lá viver todos um bocado pior porque estes gajos têm às costas um milhão e cem mil derrapagens orçamentais mais uma má gestão de trinta anos de governação centrista. Ai que agora vou eu pagar o caracinhas dos submarinos que serviram para enriquecer não sei quem que vai continuar em liberdade. Ora ide todos à merda. A culpa não é minha. Não quero pagar. Recuso esse ónus. Tenho outros no currículo e na consciência mas desse juro que sou inocente. Quero pagar sim mas se os culpados forem presos. É esta a minha condição."


A EXPRESSÃO QUE ME OCORRE...

A expressão que me ocorre é "chorar sobre o leite derramado". Ou melhor, chorar sobre o leite que se derramou de propósito. Que é uma atitude que eu tenho dificuldade em compreender...

Passos Coelho promete estar atento a adaptação dos cortes salariais ao sector empresarial do estado


A GRANDE VERDADE

Assunção Cristas, deputada do CDS, autora do pensamento do dia:

"O Governo pode acabar amanhã, que já vai tarde, mas o país não acabará"

Dedicado a todos que andam cheios de medo do papão e do FMI e da instabilidade...


fgf

ENSINO NO SÉCULO XXI


quinta-feira, 25 de novembro de 2010

PARABÉNS!


Parabéns a alguns professores que escrevem neste blog pela vitória hoje alcançada. O pensamento do dia é-lhes dedicado.


Grandes Quecas!!! XXL?


Eis uns pequenos excertos fabulosos de uma composição de um aluno, do 8º ano, da minha escolinha:

i) "Era uma vez um miúdo que era pobre morava na rua, ele só tinha vestido umas quecas.";

Mas o mais hilariante é este:

ii) "Então o pobre do miúdo, de quecas, ia fazer isso todos os dias."

Upa!Upa! - Hardcore, não?!

A CABEÇADA NA PORTA

Eu sou daquele tipo de professoras que raramente deixa os seus alunos saírem mais cedo. Até porque essa não é uma prática bem vista nas escolas e, enquanto professora contratada, evito procurar sarna para me coçar. Já basta aquela que apanhamos por motivos que nos ultrapassam...

Mas a aula com uma das turmas do 8º ano tinha corrido bastante bem. Planificação cumprida e sala toda arrumada depois de trabalho de grupo 5 minutos antes do toque.

"Vá lá, professora! ", começam eles, "deixe lá sair um bocadinho antes! É que depois o bar está cheio de gente!"

E eu anuí. Com condição expressa de não fazerem barulho no corredor.

Levantam-se então, dirigem-se para a saída e o primeiro a tocar na maçaneta, puxa a cabeça para trás e...TRÁS!!!...Projecta-a em cheio contra a porta! Grande estrondo, claro.

Eu fiquei tão aparvalhada que não fiquei furiosa. Só aparvalhada mesmo. E cheia de medo que um funcionário viesse ver se alguém se estava a matar na minha sala.

"Pronto. Então não sai ninguém. Todos para os lugares de novo". Assim dito com a mesma expressividade com que teria dito "Olha, está a ficar escuro. Liguem a luz".

E eles...tudo bem. Ordeiramente para o lugar de novo. Sem se mostrarem aborrecidos ou revoltados com o acesso de loucura do colega.

E ficámos na amena cavaqueira até que tocou.

Moral da história: se calhar este ano os meus alunos, devido com certeza a um processo traumático não resolvido, e ainda que verbalizem o contrário, não gostam mesmo de sair mais cedo...


quarta-feira, 24 de novembro de 2010

CONSTA QUE...

Consta que o deputado Ricardo Gonçalves queria muito fazer greve hoje, mas não pôde mesmo abdicar da remuneração de um dia de trabalho (parece impossível mas a cantina da AR continua sem oferecer jantares...). E também não queria dar dinheiro ao Sócrates. Parece que está a amealhar para poder participar na greve a nível europeu de que se começa a ouvir falar. Aí é que é.

Será assim tão complicado?

Será assim tão complicado explicar ao povinho como é que cada um chegou aos respectivos números? Só para o pessoal não ficar assim tão à toa...

Sindicatos situam adesão entre 85 e 90% , Governo reduz para 19,4%


A CRISE NÃO É IGUAL PARA TODOS

É também por estas coisas que hoje faço greve.

Funcionários do Parlamento escapam a corte nos salários

Porque lá está - a crise existe, mas não é para todos...


É ISTO, É ISTO QUE ME ENVERGONHA...

Tantos professores que dizem não fazer greve porque o dinheiro lhes faz falta. E que esperam pela greve dos funcionários (que ganham balúrdios - a esses o dia não fará diferença nenhuma...) para estarem descansados na sala de professores a cumprir o horário ou que no dia seguinte sumariarão porque se não leccionaram foi porque não puderam entrar na escola.

E sobre os quais (os tais professores) eu tenho sérias dúvidas que mantivessem a opção de não fazer greve caso tivessem de dar aulas. Mas assim, não trabalham e ganham à mesma. E ainda ficam bem vistos pela direcção...

Paralisação de 24h - Transportes, educação e saúde mais afectados

Na Escola Secundária José Gomes Ferreira, em Benfica, Lisboa, os alunos debandaram logo cedo. Há professores mas não há funcionários.

Em Coimbra, por volta das 8h30, pais e alunos concentram-se à porta da EB 2,3 Dra. Mª Alice Gouveia. O estabelecimento de ensino ainda abriu portas, mas, como tinha apenas três funcionários a trabalhar, resolveu que não tinha condições para receber os alunos.

Apesar de ainda não ter números concretos, a coordenadora adjunta do Sindicato dos Professores da Região Centro, Anabela Sotaia, adiantou que, para já, para além da EB 2, 3 Dra Mª Alice Gouveia, também na Escola Secundária José Falcão, em Coimbra, não vai haver aulas: “Na José Falcão não houve sequer um funcionário para abrir as portas”, declarou.


terça-feira, 23 de novembro de 2010

MAS QUE RAIO QUER ISTO DIZER?

Mas que raio significa isto? Feito com que intuito? A gente já sabe que a crise é mais para uns que para outros - mas é preciso ser tão à descarada?

Parlamento aprova excepções aos cortes salariais das empresas públicas


A Greve & as profecias de Nostradamus


Fig1 - A Canga

Se as profecias de Nostradamus da Educação se confirmarem, para o ano:

a) Os que não fizeram greve dizem:
"-maldito sócrates (mas depois nas legislativas votam outra vez nele, porque não há oposição ou não votam em ninguém e este sobe outra vez para o poleiro de forma indirecta);

"-Ainda bem que não fiz greve, está tudo como antes, no Castelo de Abrantes! Não me descontaram o dinheirinho, mas vou para o desemprego! Que felicidade! Agora gostaria de me manifestar em frente ao Governo Cívil, mas ninguém me acompanha...";

"-Malditos sindicatos, nunca fazem nada! (mas eu também não faço nada por eles nem por ninguém, não me envolvo!);

Na sala de professores contam-se as armas: os que estão ("somos muito trabalhadores - assim talvez o CD fique satisfeito") e aos que não estão dizem: "Seus Red's preguiçosos";

b) Os que fazem greve, esses estão igualmente lixados, sem o dinheirito do dia da greve, mas pelo menos manifestaram publicamente o seu ponto de vista nem que seja pela sua ausência, caso decidam ficar em casa...

Conclusão: todos estão lixados!
Os que não farão greve só a fariam, se a Isabelita Calçada aparecesse à porta de sua casa e os insultasse de alto a baixo e retirasse directamente do seu bolso o dinheirinho que deveria ser seu!! Aí é que diriam: "-aquela gaja é uma malandra, bandalha- faço greve e uma queixa à polícia!"

O problema é que o nosso chefe (Sócrates) é algo que está demasido distante de nós, que não o contactamos directamente, só através da TV!!! Mas se eles pusesse directamente a canga em cima desses anti-grevistas, aí é que bufavam de fúria!!!

O problema é que, já dizia o Pinheiro de Azevedo: " O povo é sereno!" Gostámos sempre de estar bem com o demo e com Deus - os suissinhos masoquitas - sempre para parecer bem!

Enfim...

2010 11 22 prós e contras Garcia Pereira RTP.avi

DESCUBRA O PADRÃO

Objectivo do jogo - preencher correctamente os espaços em branco:

17 Nov 2010: Irlanda diz que não quer ajuda para o país

19 Nov 2010: Pressionada a pedir ajuda, Irlanda reune-se com UE e FMI

21 Nov 2010: Irlanda vai pedir ajuda internacional

22 Nov 2010: Primeiro Ministro diz que Portugal não precisa da ajuda de ninguém

23 Nov 2010: Reino Unido preparado para ajudar Portugal

__ Nov 2010: ___________________________________


E A QUANTIDADE DE PROFESSORES...

E a quantidade de professores que amanhã, porque sabem de antemão que os funcionários farão greve e portanto não haverá aulas, fazem questão de ir cumprir o seu horário na escola para não perder o dia?...


MAIS SOBRE A GREVE GERAL

Mais coisas giras que se dizem sobre a greve geral e a justificação para a não-participação:

- Não faço greve porque deixo de receber um dia e o dinheiro faz falta. Até porque um dia de greve não resolve nada. Se ainda fosse uma semana...

- Não faço greve porque não quero dar dinheiro ao Sócrates;

- Não faço greve porque sou contratado. Os efectivos é que têm a obrigação de fazer greve.


Eh malta, não querem fazer, não façam! Evitem é arranhar a nossa inteligência com justificações anormais. A nossa sanidade mental agradece.



segunda-feira, 22 de novembro de 2010

SOBRE A GREVE GERAL

Isto em greves não há meias-tintas. Ou se faz, ou não se faz.

O Ah e tal, solidarizo-me e estou de acordo com as razões mas o dinheiro faz falta, não conta. Não existem números que contabilizem o "foi trabalhar mas é a favor da greve e espera que o país pare". Ou antes, existem, mas integram indistintamente a fatia dos não-grevistas.

Posto isto, resta-me respeitar a opção pessoal de cada um. Agradeço é que quem opte por ir trabalhar dia 24 evite depois andar a queixar-se da situação do país e das opções do governo para diminuir o défice. Porque quando foi chamado a protestar oficialmente, calou-se.

E costuma-se dizer que quem cala, consente.


DÚVIDAS EXISTENCIAIS

Andam a circular por mail, e foi também já postado neste blog, uns zum-zuns sobre a direcção de turma passar para a componente não lectiva e sobre acabarem as reduções de horário por antiguidade.

Ora eu fico com algumas dúvidas existenciais:

  1. Considerando horário lectivo de 22 horas para todos os professores;
  2. Considerando que não é reduzida a componente individual de trabalho (que é de 10 a 11 horas, dependendo do número de alunos - com um horário de 22 horas dificilmente se terá menos de 100 alunos...);
  3. Sobram 35-22-11= 2 horas que são para as reuniões;
  4. Há apenas a considerar o tempo para actividades de apoio educativo e de enriquecimento e complemento curricular (os tais que nasceram quando as aulas passaram de 50 para 90 minutos) que, para um horário completo, é de um bloco de 90 minutos.
Assim, um horário completo fica disponível apenas com os tais 90 minutos referidos no ponto 4. (e os incompletos, nem isso...) que é onde poderia caber a direcção de turma. Mas mais nada. Nem projectos, nem apoios, nem aulas de substituições, nem avaliação de colegas.

São as minhas contas que estão a falhar ou se calhar é melhor esperar para ver em vez de estarmos a gastar energias por antecipação?

Ah, claro, dir-me-ão alguns, mas depois já se sabe que uma coisa é o que diz a lei, outra é a forma como as escolas fazem os horários, mas aí...Santa paciência! Cada um que tome uma posição individual. É que os professores reclamam muito, mas depois agir...tá quieto!

De blá blás estou eu farta.



domingo, 21 de novembro de 2010

E O OBJECTIVO DA ESCOLA ACTUAL É...

Recorte de imprensa nº 1:

Escrever à mão mantém o cérebro mais activo


Recorte de imprensa nº2:

Escrever no computador pode tornar-se actividade dominante nas escolas em 15 anos


E ainda sou recebida com aqueles sorrisinhos condescendentes e levo na testa com o rótulo de sofrer do síndrome da conspiração quando digo que há um plano oculto nas políticas educativas dos últimos anos...


sábado, 20 de novembro de 2010

FORAM DETECTADOS PIOLHOS NA ESCOLA

Há piolhos na minha escolinha.

Esta não é uma informação surpreendente, até porque se há piolhos no bairro onde a minha escolinha se insere, estranho seria conseguir que eles não passassem o portão da escola (a não ser, claro, que alguém quisesse voltar a repetir a história do culpado é o porteiro...).

Ora, quando é detectada a presença de piolhos, é accionado um programa de contenção da epidemia.

Até aqui, tudo bem. Já estamos demasiado perto do 3º mundo para nos darmos ao luxo de termos epidemias de piolhos. Ou de percevejos. Ou de chatos.

Já quanto aos métodos, permitam-me desconfiar deles.

A minha opinião valerá o que vale (que em termos práticos é nada, eu sei), mas será de facto eficaz distribuir pelos alunos do 3º ciclo autocolantes a dizer " foram detectados piolhos na escola"?... Eu não sei, mas estou a imaginar os meus alunos (e não, o aspecto deles não é de Morangos com Açúcar, é mais Eminem...) e fico satisfeita por não ter de ser eu a distribuir aquele autocolantezinho "Alerta piolhos - Foram detectados piolhos na escola", com aquele piolhozinho estrábico com ar assustado porque já sei que teria de ouvir "E o que é que eu faço com isto?". E dizem as regras mais elementares da pedagogia que devemos evitar situações para as quais temos dificuldade em vislumbrar uma saída airosa...

Por isso, Senhores da Brigada Anti-Piolhos, para a próxima epidemia (carraças, por exemplo) liguem-me antes de planear a acção. Pode ser que eu vos dê assim um cheirinho do mundo real.


sexta-feira, 19 de novembro de 2010

COERÊNCIAS...

Juízes vão manter reforma ao 60 anos

kjyfky

UMA VISITA DE ESTUDO A MAFRA

Uma professora de uma escolinha profissional acompanhou duas turmas do 12º ano numa visita de estudo a Mafra. As coisas correram tão bem que foi preciso fazer participação disciplinar de dois alunos. Segue a descrição dos factos na primeira pessoa.

Dedicado aos professores Comigo Não Há Indisciplina Nem Eu Permito.

Acompanhei duas turmas, juntamente com uma colega, numa visita de estudo ao Palácio Nacional de Mafra. A visita compunha-se da parte da manhã de uma visita guiada ao palácio e da parte da tarde de um teatro produzido pelo Teatro Nacional D. Maria II, também no palácio.

Se a visita da parte da manhã decorreu de forma mais ou menos normal, apesar da exuberância já habitual de alguns elementos, já o mesmo não se pode dizer do teatro que decorreu da parte da tarde.

O teatro começou às 15h00. Combinámos com os alunos que, depois da visita guiada, que terminou perto das 13h00, poderiam almoçar por conta própria nas imediações e marcámos encontro no palácio às 14.30. Por volta das 14.40 todos os alunos estavam presentes. A 5 minutos do teatro começar, o G. vem-me pedir para ir comprar tabaco, de que precisava urgentemente. Claro que não autorizei, o que o parece ter deixado muito perturbado.

O teatro compunha-se de vários actos. O primeiro passava-se numa antecâmara de uma capela, e os restantes na própria capela, num anfiteatro improvisado. Na antecâmara reparei logo que um grupo dos nossos alunos estava falador e exuberante, pelo que me fui sentar junto desse grupo no anfiteatro. Sentei-me à frente do G. e do D. (que nem sequer é meu aluno...). Foi então que me dei conta do forte cheiro a cerveja. A atitude dos 2 era desadequada e perturbava as pessoas á volta. O D. tinha os óculos de sol postos que lhe retirei e pendurei na gola da minha camisola. Virei-me várias vezes para trás, sendo recebida por “mas o que é que nós estamos a fazer?”. A menina sentada ao lado do D. estava nitidamente incomodada, ao ponto da própria professora lhe ter perguntado se queria trocar de lugar com ela. Mandei (em voz, baixa, claro) o D. mudar para um lugar vazio à minha frente. Tive de o fazer várias vezes e o aluno só anuiu quando o ameacei com falta à tarde toda. Uma vez no lugar da frente, estava sempre a olhar para trás.

Entretanto, o G. começa a pedir-me para ir à casa de banho, que estava aflitíssimo. Recusei. A cena volta a passar-se com o D.. Que não aguentava. Repetiu (e incomodou) tanto que eu, convencida que tanta aflição se devia a excesso de bebida, que lhe teria de facto enchido a bexiga e, por outro lado, o tinha deixado notoriamente alterado, revelando atitudes tão desadequadas, achei que talvez incomodasse menos os presentes se ele saísse e acalmasse. Mal o D. sai, o G. começa a repetir o quão aflito estava. Tendo deixado sair um, disse ao G. que quando o D. voltasse, esperasse por uma mudança de acto para o fazer. Quando o G. se levanta, a régie que acompanhava o espectáculo, interrompe e diz através do microfone que quem sai já não volta a entrar e que há um grupo que está a perturbar seriamente o espectáculo. O G. sai à mesma e o D. volta-se na direcção da régie fazendo gestos tipo “mas que estamos nós a incomodar?”.

Depois desta confusão, que envergonharia qualquer pessoa sóbria e lúcida, o D. volta-se para mim, de telemóvel na mão, e diz que tem de sair porque tem uma chamada urgente a fazer. Relembro que estávamos a meio do teatro. Eu não podia levantar a voz, não podia mandá-lo sair e sentia que o que lhe dizia esbarrava no estado pouco lúcido do aluno. Repeti-lhe muitas vezes (o D. mantinha o pedido de forma repetitiva e sistemática) que não podia usar o telemóvel (tinha sido uma das advertências dos actores no início do espectáculo), que não podia sair, que faltava pouco para o espectáculo acabar. Depois de minutos nisto, decide sair por conta própria.

No final do espectáculo, os actores agradeceram a presença do público, apesar de “alguns xixizinhos e de alguns cocozinhos”. Enquanto um dos actores dizia esta frase, outro fez o gesto que representa beber, demonstrando ter percebido o estado alterado dos alunos. Já fora do teatro, uma professora de outra escola abeira-se de mim e diz “tem cá umas peças…é preciso paciência…”

Alterada, ordenei que todos os alunos seguissem de imediato para a camioneta. Faltavam o G. e o D.. Os colegas telefonaram-lhes e disseram-me que estavam a discutir com o senhor do café porque o D. pensava que já tinha pago, mas afinal não o tinha feito…

Foi nessa altura que telefonei para o telemóvel da Directora Pedagógica. Que me diz que eu sou responsável pelos alunos e que a camioneta terá de esperar por eles o tempo que for preciso.

Chegaram enfim os dois e o D. informa-me que afinal tem de voltar ao café porque se esqueceu lá dos óculos de sol. Que eu tinha da gola da minha camisola.

Foi para mim a visita mais confrangedora que acompanhei. Os alunos, e o D. em particular, não demonstraram perceber, talvez devido ao estado alterado, que tinham sequer errado. Demonstraram não conseguir acatar regras básicas e incapacidade para estar com uma atitude normal num lugar público. Foram irresponsáveis e tenho razões para pensar que estariam embriagados ou sob o efeito de estupefacientes. São alunos que eu não voltaria a acompanhar tão cedo numa actividade fora da escola.



quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Tesourinhos deprimentes

Pois claro! O ensino em Portugal já chegou a este ponto. É uma autêntica vergonha... então se a 'piquena' não quer fazer educação física, porque é que o professor insiste. Que coisa, que horror estes stores.

O Professor Queixinhas!!!


Há professores mesmo tótós, não há?




COISAS QUE NÃO PODEM SER ESQUECIDAS - PARTE 2

Não vou voltar a repetir que este governo é fértil em mentiras. É preciso andar ceguinho para ainda não ter chegado a essa conclusão. Que manipula dados, é também ponto assente. Mas que manipule dados, chegue a conclusões inverosímeis e as venha defender para a comunicação social com cara séria, já é de ficar atordoado.

Eu tenho para mim que existe uma espécie de praxe entre os ministros e secretários de estado dos governos Sócrates em que regularmente um é obrigado a dizer coisas non-sense na comunicação social sem se rir. E depois imagino
o grupo todo a rever a gravações, a rir à louca e a bater nas costas uns dos outros.

É a única explicação para um secretário de estado da Alçada (aquele que não se sabia dirigir ao Plenário - outra praxe, lá está...) ter vindo a público afirmar:


***O que eles se devem ter rido com esta...


FRASES QUE EU ADORO OUVIR EM CONSELHOS DE TURMA

E o Prémio Eu Sou Tão Bom E Se Alguém Tem Problemas É Porque É Mau Professor vai para...

Na minha sala de aula não há indisciplina. Nem eu permito.

Podia também receber o Prémio Castração, porque a partir do momento em que esta frase é dita, fica tudo de pé atrás, hesitante em partilhar as dificuldades sentidas com a turma. Porque fica implícito que quem sofre de indisciplina em sala de aula (e esse é um conceito relativo) é porque permite. Às tantas, até incita os miúdos a serem parvos só para ter tema de conversa com os colegas...


quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Vem aí o ARMAGEDÃO?


Fig.1. -Meteorito do ME


Na minha escolinha corre o boato (uns dizem que têm fontes seguras no ME) que para o ano, para além de se acabarem as aulas de apoio e de projecto, as horas de Direcção de Turma (DT) não entrarão na componente lectiva - serão consideradas componente de estabelecimento.

A revolta está a alastrar-se além dos professores do quadro, pois mesmo os membros do CD (cujas horas de redução provavelmente serão reduzidas ou mesmo eliminadas) poderão não ter horário completo...

Quanto aos contratados, como eu, restam os horários incompletos (e com muita sorte, pois prevêm-se mais de 14.000 professores não-colocados, comparativamente a este ano...).

Além disso, as câmaras municipais estão sem dinheiro para pagar as AEC's, não havendo simplesmente esse serviço prestado à população!!!

Assim, a Greve Geral é cada vez mais unânime na minha Escolinha da Linha...

Cada vez tenho mais a certeza de que a partir de 2012 o Mundo acaba (ou pelo menos Portugal)!!!!

MAIS VOLUNTARIADO

"O governo não foi capaz de obrigar a banca a pagar o mesmo ao estado que qualquer empresa. Mas um grupo de deputados socialistas pediu aos bancos que aumentem voluntariamente a sua taxa de IRC. Quanto? Eles é que sabem. Se o ridículo pagasse impostos, saímos da crise.", por Daniel Oliveira.

Vale a pena ler o artigo todo:

Tenham a bondade de auxiliar



NÃO BASEM. VOLTAREI A ESCREVER SEM ESPIGA DAQUI A UMA BECA.

Um conversa típica com a minha turma do 9º ano:

Eu: Bem, então já não há dúvidas?

Eles: Népia.

Eu: Posso então avançar? Tudo esclarecido?

Eles: Yá.

Eu: Mas vocês não sabem falar? Não é "yá", é "sim, senhora professora"!

Eles: Yá. Tem razão, professora! E daqui a uma beca, podemos basar?

Um dia destes, quem deixa de saber falar sou eu...


terça-feira, 16 de novembro de 2010

TINHA DE SER

Tinha de ser. Algum dia alguma direcção brilhante tentaria passar para a prática aquele Decreto-Lei n.º 124/2009 de 21 de Maio parido pela MLR. Aquele em que o governo legisla, depois de tornar o ambiente nas escolas insuportável e ter arrastado milhares de professores para a reforma antecipada, que esses professores podem voltar às suas escolinhas, mas em regime de voluntariado (que isso de acumular reforma com novo contrato, só mesmo para os médicos...).

Não sei se já leram o tal decreto. É hilariante. Mesmo ao melhor estilo MLR. Prevê um "concurso para voluntários", um número de horas mínimas semanais que o voluntário tem de fazer na escola, avaliação dos voluntários e possibilidade de renovação do contrato, ups, programa de voluntariado...

Era mesmo daqueles decretos para rir um bocado, dizer mal da MLR, mandar vir outra bjeca e mudar de conversa.

Até que, claro, uma direcção iluminada o decidiu implementar:

E eu acho que se houver candidatos a voluntários mereciam ser insultados todos os dias. E serem vítimas de bullying por parte de colegas e alunos. É que depois...ups, poderiam desistir? Se calhar não - ainda eram penalizados na avaliação final...

Fiquem antes em casa a dar explicações. Pelo menos compensam o que perderam com a antecipação da reforma...


O E-ROUBO

Hoje no jornal:

Fundação do e-escolas custa 1,6 milhões por ano

Mas pronto. É um projecto que tem mudado radicalmente o sistema de ensino em Portugal. Ele é ver a quantidade de Magalhães que são usados em sala de aula e para fins educativos... E os 100€ que muita família recebe quando os vende na xepa é uma ajuda importante para contrabalançar a suspensão do abono de família...

Vou abster-me de descrever como foi o Magalhães recebido pelas crianças cá de casa. O entusiasmo, enfim, não foi a palavra de ordem. A Wii teve mais sucesso.


COISAS QUE NÃO PODEM SER ESQUECIDAS - PARTE 1

O (longo) período de governação Sócrates é rico em certas pérolas políticas que não podem ser esquecidas. Pelas piores razões.

Nesta altura de distribuição de Magalhães pelos petizes do ensino básico, recordo o grande vendedor da banha da cobra que é José Sousa, na Cimeira Ibero-Americana a afirmar que:

Todos os meus assessores usam diariamente o Magalhães para o seu trabalho. Não precisam de mais nada.

E aqui o videozinho deprimente:


AULAS DE SUBSTITUIÇÃO

Não sei como é nas vossas escolinhas, mas na minha as aulas de substituição são assim um bocadinho virtuais porque os alunos simplesmente faltam em bloco às aulas desta natureza.

E eu sei isso porque no meu horário tenho este ano, e pela primeira vez, 45 minutos dedicados à nobre prática de substituição de colegas que estão a faltar e durante metade do período estive descansada da vida,
sem nunca ter sido chamada para entrar a serviço nestes moldes.

Mas uma semana destas, a auxiliar avisou-me que teria de dar substituição. Há dois professores a faltar, informou-me, um deixou plano de aula, outro não. D. Carla supliquei eu, guarde-me por favor a substituição com plano de aula! Ela anuiu e eu fui descansada dar aula aos meus alunos.

Na hora da substituição, abeiro-me da D. Carla e digo cheia de energia:

- D. Carla! Cheguei! Onde é a substituição?

- 5º H, sala 13.

E eu com um sorrisinho:

- D. Carla...está-se a esquecer do plano de aula!!!

E a D. Carla com o ar impaciente de quem está a ter um mau dia:

- Olhe, professora. Esses foram embora. Restam os outros que estão a fazer barulho no andar de cima.

E eu fiquei a imaginar o que faria com uma turma do 5º ano, que ainda não tem a disciplina que eu lecciono e sobre cujos programas eu sei...nada mesmo! A minha cara de pânico foi tal que uma colega simpática me perguntou se eu queria umas fichinhas para pintar que ela costumava trazer na mala. Claro que quero as fichinhas para pintar, colega! Muito obrigada, colega! Abençoada colega!

Subi as escadas e afinal a turma que estava a fazer barulho no andar de cima já só se resumia a 4 crianças. Menos mal. A vida a entrar lentamente no meu corpo de novo.

- Ora bem, meninos! Estamos em época de testes, devem ter qualquer coisa para estudar.

Não, claro que não têm.

- TPC?

Nada.

- Pronto, trago aqui umas fichinhas engraçadas que vocês podem pintar....

- Oh stôra! - com aquele ar "mais fichinhas para pintar?!?" - Porque é que não jogamos aos Stop?

Porque é que não haveríamos de jogar ao Stop? E portanto passámos a meia hora seguinte os 5 em ambiente descontraído em torno de uma mesa a jogar ao Stop (quer dizer, em pedagogês, a exercitar o vocabulário e a mecanizar o abecedário recorrendo a método de carácter lúdico). E houve quem me tivesse ganho. E no fim, desejaram-me bom fim-de-semana e disseram que tinham gostado muito de estar comigo. E eu retribuí a delicadeza e disse-lhes que tinha tido muito prazer em conhecê-los. Voltem sempre.

E depois de fechar a porta, não pude deixar de reflectir nalguns pontos (sim, eu raciocino mesmo por pontos...defeito de profissão...):
  1. Afinal, e apesar da ministra negar, jogam-se joguinhos nas aulas de substituição. Eu joguei. E vêm-se filmes, naturalmente. Se houvesse uma televisão na sala, eu conseguiria encontrar um qualquer tema didáctico e/ou reflexivo em um qualquer DVD que um aluno trouxesse na mochila...
  2. Se estivesse a chover, eu até poderia considerar que os alunos estavam melhor e mais confortáveis debaixo de tecto, dentro de uma sala. Mas estava aquele dia ensolarado de Outono que até é crime não aproveitar. Os miúdos não estariam melhor a correr no recreio e a sintetizar vitamina D?
  3. E finalmente, eu até gostei de estar a jogar ao Stop, mas, convenhamos, qualquer animadora sócio-cultural, qualquer auxiliar poderia estar a jogar ao Stop com 4 meninos durante meia hora (e isso foi desta vez. Nas outras semanas todas estive só mesmo na sala de professores a cumprir horário). Se a ideia é eu dar trabalho à escola, não seria mais racional usar os meus conhecimentos e pôr-me a organizar papelada ou ficar numa sala disponível para tirar dúvidas ou dar aulas de apoio?
Mas isto se calhar sou eu, como de costume, a complicar...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

FINALMENTE FEZ-SE LUZ

Foi divulgado hoje um estudo que afirma:

Portugal tem "um padrão atípico" de perturbações psiquiátricas na população


Finalmente fez-se luz. É que isso explica TAAAANTA coisa!


The fighting Club in School!


Na minha escolinha o bullying, embora ainda não seja um fenómeno preocupante, já começa a ter as suas pequenas manifestações, estando neste momento a decorrer um processo disciplinar, devido a um "fight", numa turma do 8º!

Um "fight" de gajinhas, devido a "gajos" (tricas de namorados), o pior foi quando um dos alunos se meteu na conversa e também resolveu bater numa das gajinhas para ajustar contas passadas...

Sinceramente... ainda bem que o saco de batatas são os alunos!!! Antes eles do que "EU" ou outro colega meu...

domingo, 14 de novembro de 2010

NUMA ESCOLINHA PROFISSIONAL DE GESTÃO CAMARÁRIA FINANCIADA COM DINHEIROS PÚBLICOS

Numa escolinha profissional privada de gestão camarária e financiada com dinheiros públicos (daquelas que a partir de Janeiro vão apanhar uma valente cacetada - olha, deixará de haver dinheiro para carro para o director? E para ordenados de milhares de euros como o da directora pedagógica que é mulher do director? E para assessores atrás de assessores? E para equipar a escola com um sistema de segurança e videovigilância tipo Cimeira da NATO?...)...enfim, numa escolinha profissional destas, desde há uns anos para cá que a direcção, tomando o embalo da MLR, decidiu que o alvo a abater deviam ser...os professores (esse raciocínio faz sempre sentido, numa escola...).

E vai daí, começa por decidir que os professores da escola são todos uns malandros que não fazem nenhum. Então, numa lógica de gestão iluminada:

1. Começa a carregar à grande no horário lectivo dos professores. E a obrigá-los a dar aulas sempre que um colega falta (aulas da sua disciplina, claro). O corpo docente da escola passa a ter um horário oficial (já superior ao estipulado no Contrato Colectivo de Trabalho) e outro oficioso (que é dar todas as aulas extra que a direcção considerar). Tudo sem receber um cêntimo extra, claro - que os professores já ganham muito e os seus ordenados milionários levarão esta megda ao fundo e quando há férias nem aulas dão, o que é que querem mais? Excepção para a directora pedagógica - essa recebe todas as aulas que dá em acumulação com o ordenado...


2. Quando os professores se queixam que não têm tempo para preparar aulas, nem ver testes, nem para realizar os seu trabalho, a direcção responde Malandros! Não querem é estar na escola! E por isso institui um sistema de picagem de ponto electrónico tendo como base as 35h semanais.

3. Começa a ser óbvio que os professores passam muito mais que 35h por semana na escola.

4. Entretanto, os professores fazem queixa na ACT. A direcção contrapõe que os professores estão a fazer de propósito - a passar mais tempo na escola só para lixar a direcção. E diz que se os professores estão mais de 35h por semana na escola é porque querem, ninguém os obriga.

5. A direcção, na sua necessidade de controlo, quer então remediar as coisas instituindo unilateralmente um sistema de "regime de adaptabilidade".


6. Nova queixa dos professores na ACT.


7. A direcção fica louca e obriga os professores a um horário fixo 8h30-16h30 ou 9h30-17h30.


8. Chega altura da reuniões e, claro, horário fixo para professores não funciona. Porque acaba por ser necessário suspender aulas, porque os professores que estão a recibo verde não podem estar presentes no horário lectivo.


9. Vai daí a direcção envia por mail a todos os professores uma ordem de serviço que "dá autorização" aos professores, em alturas de reuniões, de quebrarem o horário fixo, permitindo que as horas extra realizadas sejam descontadas uns dias antes ou depois da época de reuniões. Sempre com a autorização e aprovação da direcção, claro - não vão os professores não estar na escola e a direcção não saber do seu paradeiro!!!


Dizem as novas teorias da gestão de recursos humanos que é possível ter o máximo controle sobre os empregados, determinar normas rígidas, supervisionar, fiscalizar, mas nada será tão eficaz quanto o espírito de colaboração e a iniciativa daqueles que acreditam no seu trabalho. Mas claro que para saber isto o director de uma escola devia estudar gestão. E ter de preferência um curso superior. Coisa que parece que o director desta escolinha profissional privada de gestão camarária financiada com dinheiros públicos não tem. Só mesmo cartão do partido. E esse dá tachos, mas não dá sabedoria.


A PENSAR, A PENSAR...

Eu também gostaria de pensar assim:

Maioria pensa que haverá eleições em 2011


Mas a verdade é que a maioria também pensava que ia haver concurso extraordinário para o próximo ano e afinal...

AQUI VAI O RECADINHO

Aqui vai o recadinho para os professores deste blog que insistem em processar (de forma continuada) a entidade patronal...

Bagatelas penais entopem a justiça

Talvez, digo eu na minha modesta opinião, o entupimento fosse menos grave caso funcionassem as entidades reguladoras. Como a ACT, por exemplo...

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

DE ONDE VEM O PLÁSTICO?



Na minha escolinha a dar uma aula ao 8º ano sobre materiais.

EU: ...e, para além daqueles materiais que se podem encontrar na Natureza, há os materiais fabricados pelo homem. Por exemplo, como é que se obtém o plástico?

Ninguém parece vislumbrar a solução ao enigma.

EU: Então, o plástico é cultivado no Outono, geralmente em grandes estufas. Está pronto para apanhar lá para a Primavera.

Tudo bem. Tudo calado à espera do próximo exemplo de material disponível no nosso mundo.

EU: Será possível?!? Acham mesmo que o plástico é cultivado? Que os sacos do Jumbo vêm das árvores? O plástico é obtido a partir do petróleo!!!!

TURMA: Ah!!! Nós também estávamos a estranhar!

Estavam a estranhar!!! As mentes brilhantes estavam a estranhar!!!!! Não perceberam logo que era uma patranha de todo o tamanho! Só estranharam - mas a aula pode seguir.

É com esta mentalidade que o Sócrates conta para enganar o povinho: ah e tal o país está quase na bancarrota, mas há dinheiro para TGVs e Magalhães - é estranho, mas siga a legislatura!!!

BEST OF SÓCRATES (2009 -2010)

Este vídeo já correu o país, eu sei. Mas nunca é demais divulgá-lo. É uma questão de serviço público. Parabéns ao 31 da Armada pelo excelente trabalho!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

BINGO! SOU NOVAMENTE PRECÁRIO!!!! Yupiii!!!

De volta!!!!


Da clandestinidade... voltámos novamente... 2/3 anos se passaram e o ensino continua praticamente na mesma, porém sempre nessa lenta decadência: laboral e pedagógica...

A Crise tornou-se crónica e vem ai o Papão do FMI!!! E o que resta ao professor precário? Credenciar alunos o mais depressa possível para que comecem a trabalhar, que também descontem; senão chegamos a velhos e não temos reforma... É passá-los, vilanagem!!

Depois temos aqueles professores que fingem ser exigentes durante o ano lectivo, mas no último período entram em época de saldos e as sete negas passam miraculosamente para três - são rosas, senhor!!!