Aventuras e desventuras dos professores, formadores, contratados ou a recibos-verdes que leccionam na Escola Pública, Profissionais, Colégios, IEFP's, Casa Pia, TEIP's em cursos de UFCD's, EFA's, EFJ's, CNO's, AEC's PIEF's, ...

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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

SR. KUSTURICA, SE QUISER FAZER UM FILME EM AMBIENTE ESCOLAR, CONTACTE-ME!

Um dia destes tive uma aula que parecia saída de um filme do Kusturica. Aliás, se não se quiserem dar ao trabalho de ler o texto, basta ouvir a música kalasnjikov, do Underground, bem alta que ficam logo com a ideia de como me senti depois do episódio que relato a seguir. Como que atropelada por um tanque de guerra.

Semana temática na escola TEIP. Eu e uma colega decidimos acompanhar uma das nossas turmas a uma das actividades organizadas - uma exposição interactiva. Metade da turma nem aí. Ganda seca. Encostar-se à parede para que ela não caia.

45 minutos depois de papel molhado atirado para o chão e esferovite toda espalhada e a gritar por uma vassoura e uma parede suja de uma substância cor de rosa, demos por concluída a actividade e trazemo-los todos juntos para uma sala. A ideia era fazer um relatoriozinho sobre uma pequena actividade desenvolvida na minha disciplina na semana anterior, que se faria em 15 minutos, e os restantes 30 minutos para uma apresentação electrónica que a colega levava preparada.

Relatório? Não me lembro de nada, não trouxe os apontamentos, não faço ideia, não me apetece escrever, nem trouxe caneta...

A 20 minutos da aula acabar...eis que um da fila da frente começa aos gritos e a mandar tudo para o caralho porque me furaram a bola, caralho, furaram-me a bola. E uma bola de basquete era pontapeada com toda a força contra as paredes da sala e felizmente ninguém levou com ela na cabeça senão era mais um traumatismo craniano a ajudar à festa. O aluno sai desorientado da sala a pontapear a bola com toda a força contra as paredes e as portas do corredor. Eu e a minha colega a correr atrás dele. A., tem calma, A., respira fundo (o aluno é conhecido por se descontrolar). O puto a chorar baba e ranho, foi o meu pai que me deu a bola e agora o que é que eu faço. A., acalma-te. A gente compra-te uma bola nova, mas agora tem calma. E o A. de olhos vidrados e nós a vermos quando é que apanhávamos também....

Quando o A. acalma e sai para respirar fundo, resolve fazer confusão o F., um aluno a quem tive de fazer participação disciplinar porque andava a exibir a a atirar para o chão uma nota daquelas gordas. Nota que ele depois negou ter. E ficaremos sempre sem saber qual a sua origem (e se calhar o melhor é mesmo não investigar muito...). Então o F. não encontra melhor hora para começar também ele a gritar que como é que é, o outro diz p'ró caralho e não tem participação e eu mandei um papel para o chão (não sei se se estava a referir à tal nota) e fizeram logo participação de mim. E toca a exaltar-se e a sair da sala de aula batendo com toda a força com a porta.

Resto da turma a rir. Stôra, o que é que quer que a gente faça, são malucos...Todos a rir excepto a M. que, quando damos por ela está a chorar, branca como a cal. Quase a desmaiar porque quando vê gente exaltada fica com palpitações e sente-se muito mal.

E no meio da confusão a campaínha tocou, graças a Deus, e só me consola o facto de estar acompanhada por outra colega - senão, acho que quem desmaiava era eu....

E claro, não vimos apresentação electrónica nenhuma.


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