O professor Ramiro do blog ProfBlog escreveu hoje um artigo quanto ao desastre que foram os exames do 9º ano relativamente a anos anteriores (os da MLR, onde tudo servia para a estatística...) com o título: "Implicações a tirar da catástrofe: rigor no acesso, prova de ingresso e período probatório". O professor Ramiro associa portanto à partida maus resultados num exame com fraca formação dos professores (o que me leva a pensar se nos anos da MLR o professor Ramiro advogou que os professores estavam mais bem formados que nunca...).
Pois, professor Ramiro, mas eu, não sendo professora de Matemática nem de Português, dou aulas ao 9º ano e conheço os alunos. E conheço os professores. E vi a displicência com que os alunos encararam os exames, sem trazer sequer de casa o material necessário para a prova, até porque "já tive positiva, stôra". E vi também o desânimo e a frustração que os colegas (professores com muitos anos de serviço) demonstraram hoje, depois de batalharem um ano inteiro por coisas tão básicas como a realização dos TPC ou a assiduidade dos alunos, depois de darem aulas extra para preparação para o exame e propondo-se a todos os testes intermédios possíveis.
Pois, professor Ramiro, mas eu, não sendo professora de Matemática nem de Português, dou aulas ao 9º ano e conheço os alunos. E conheço os professores. E vi a displicência com que os alunos encararam os exames, sem trazer sequer de casa o material necessário para a prova, até porque "já tive positiva, stôra". E vi também o desânimo e a frustração que os colegas (professores com muitos anos de serviço) demonstraram hoje, depois de batalharem um ano inteiro por coisas tão básicas como a realização dos TPC ou a assiduidade dos alunos, depois de darem aulas extra para preparação para o exame e propondo-se a todos os testes intermédios possíveis.
Por isso, ponho outra hipótese:
E se...
E se os resultados provarem apenas que
- quanto mais facilitista é o ensino;
- quanto mais os professores forem pressionados a passar os alunos ao longo do ciclo (olhem as metas, as metas!!!!);
- quanto mais os alunos forem passando sem saber;
- quanto mais os alunos puderem faltar sem consequências;
- quanto mais os alunos souberem que independentemente do seu esforço, hão-de passar de qualquer maneira, nem que seja num Centro Novas Oportunidades num cursinho dado em apenas 1 ano...
Menos empenho há e que por isso piores serão os resultados?
Não sei, acho que este aspecto também podia merecer reflexão, porque achar que uma prova de acesso à profissão era o suficiente para por os alunos a estudar, parece-me uma visão um bocado simplista...
hjhj
1 comentário:
Não é uma visão simplista, é uma visão estúpida...
Enviar um comentário