Manifesto Vitorioso de um Indignado!

Para criar Memória Futura!

Quando em 2008, três professores de uma escolinha do ensino cooperativo e privado, da digníssima margem sul resolveram colocar um processo no tribunal de trabalho, por não terem subido de escalão, nunca pensariam que só em 2012 teriam a sua "indignação" resolvida, nomeadamente, em 17 de Janeiro de 2012, pelo Tribunal de Relação de Évora -  mas fez-se finalmente JUSTIÇA!

Eis o que se passsou:

i) Os referidos professores  deveriam subir de escalão, segundo as tabelas do CCT do EPC, do Nivel A7 e A6. O Sr. Presidente do Conselho Directivo da Escola, acumulando a Função de Sr. Presidente do Conselho de Administração (agora vereador de um partido de esquerda), recusa a subida de escalão dos três docentes - o interessante é que meses antes tinha subido de escalão funcionários admnistrativos  dessa mesma escola, tal facto veio influenciar de forma decisiva as sentenças dos tribunais de 1ª e 2ª instâncias, favoráveis aos queixosos.

Assim, houve nitidamente dois pesos e duas medidas. Agora pensando bem, nas várias reuniões de  negociação laboral entre professores e a Direcção da Escola, esta última muitas vezes insinuou de que: "os professores desssa escola saíam demasiado caros", à medida que iam subindo na sua carreira. Deste modo, foi uma maneira eficaz de congelar a carreira dos docentes efectivos, com mais tempo de serviço. Por sua vez, os colegas que se seguiram, o Sr. Director também não actualizou os seus vencimentos, com base na ideia de que "era precisa uma sentença". Ei-la!

ii) Depois desses digníssimos professores, tentarem sensibilizar o Presidente do Conselho de Administração, através de pareceres jurídicos, de forma a não lesar o bom nome da Instituição, estes revelaram-se infrutíferos, ricocheteando na arrogância do dito Sr..

iii) Assim, os três docentes, sentidos lesados na honra e no seu orçamento familiar, decidiram colocar a escola em tribunal - sendo mais tarde denominados pelo dito Sr. por: "uns professores propensos ao conflito".

iv) Uma das queixosas  (também ela ex-Delegada Sindical do SPGL)  em 2009 é colocada no Ensino Público e sai dessa escola, farta do conflito que continua a agudizar-se e das condições laborais que se deterioram; o mesmo acontece com outros colegas seus, incluindo ex-Dirigentes Sindicais, em Outubro de 2010 e de 2011.

Neste momento, e modéstia à parte, houve não só uma fuga de cérebros, como de profissionais competentes e experientes dessa escola - esta foi nitidamente esvaziada, ao longo destes quatro anos pelo dito Sr., contratando-se professores inexperientes, a recibos verdes  e baratos - outros oportunamente se seguirão. No fundo ele ganhou a sua pequena guerra - livrou-se de "uns professores propensos ao conflito", mas eles ganharam a LIBERDADE!.

"Era precisa uma sentença". Ei-la! Acaba-se aqui formal e pessoalmente  a minha demanda durante estes anos, não deixando de agradecer a  disponibilidade e apoio de muitos colegas, nomeadamene do núcleo duro, Taliban, com que ainda janto regularmente.

Pessoalmelmente, aprendi muito nessa escola: cresci enquanto professor, tive experiências em projectos educativos internacionais e fui Dirigente Sindical, defendendo postos de trabalho e a melhoria das condições laborais dos meus colegas, e o melhor... formei da melhor maneira  que sabia os meus saudosos alunos... agora...

...agora, pelo terceiro ano, segundo consecutivo, orgulhosamente professor contratado - acabou-se um ciclo, iniciou-se um novo, sempre em constante aprendizagem e dedicação, com outros perfis de alunos e sobretudo LIVRE!

Só me apetece gritar:

"NÃO PISCÁMOS OS OLHOS AO CONFORMISMO! VALE A PENA LUTAR PELOS NOSSOS DIREITOS!

EIS A ÉTICA E A PRÁXIS , QUE NOS LEVARAM À SABOROSA RECOMPENSA DAS HORAS DE ANGÚSTIA E DE INDIGNAÇÃO! EIS A NOSSA VITÓRIA! EIS O DEVER CUMPRIDO! UM GRANDE OBRIGADO!

(PS:uns falam, falam, mas não fazem nada!)

                                                                                     PUPPEN SPIEL