O jornal i apresenta hoje uma reportagem sobre alguns megagrupamentos já constituídos.
Os resultados apresentados não são famosos. Lemos a reportagem e não conseguimos vislumbrar uma única vantagem em juntar uma série de escolas desde a pré-primária ao ensino secundário. É aliás dito que os agrupamentos ganharam uma escala tão grande que, por vezes, se tornam ingovernáveis.
Os resultados apresentados não são famosos. Lemos a reportagem e não conseguimos vislumbrar uma única vantagem em juntar uma série de escolas desde a pré-primária ao ensino secundário. É aliás dito que os agrupamentos ganharam uma escala tão grande que, por vezes, se tornam ingovernáveis.
Já as desvantagens são apresentadas pelos próprios directores dos agrupamentos como inúmeras:
- Frustação por parte dos professores que perderam autonomia;
- Aumento da carga borucrática;
- As escolas não conseguem funcionar em pleno porque agora é mais difícil fazer chegar a informação do topo até à base da pirâmide;
- Legislar por "despacho" passa a ser a regra, substituindo o debate e a partilha de decisões;
- O número de participantes nas reuniões de professores passou a ser tão elevado que dificulta o cumprimento da ordem de trabalhos, o circular de informação e a tomada de decisões;
- Dada a redução do crédito global de horas do corpo docente, consequência ligada à fusão, os professores estão ainda mais limitados no tempo disponível para reuniões de planeamento ou de avaliações;
- Dificuldade em construir horários com professores que dão aulas em várias escolas diferentes;
- Organização administrativa mais complexa e complicada.
E no meio disto tudo, depois de escrever tanta linha onde os megagrupamentos são arrasados, onde se prova que não contribuem em nada para um melhor ensino, antes pelo contrário, a jornalista ainda comenta que as direcções enfrentam todos os dias a resistência de dezenas de professores avessos às mudanças. O problema é os professores serem avessos às mudanças ou insurgirem-se contra um modelo que não funciona? Mas sou eu que estou a interpretar mal tudo o que foi escrito?
No final, a reportagem é rematada com um tudo foi feito contra a vontade da comunidade, mas que teve de ser feito "porque tem de ser".
E eu só posso rematar: tão democráticos que nós estamos...
jyg
1 comentário:
Penso que as várias questões avançadas, a propósito dos Megagrupamentos, já existem há muito nas escolas com os actuais directores. De facto, será que a informação circula nas escolas e chega a TODOS os professores? Será que são os professores que estão preocupados com os megagrupamentos ou os directores? Será que o megagrupamento é assim tão mau como se quer levar os outros a pensar? O único ponto que me parece uma evidência é que o megagrupamento implica uma maior complexidade na gestão das escolas e, por isso, terá que ter à sua frente pessoas devidamente qualificadas, isto é, directores com um Mestrado em gestão escolar e não, como acontece em muitas escolas actualmente, directores bachareis ou licenciados. Estes directores governam as escolas com os amigos e desvalorizam os graus académicos superiores aos seus. Será obviamente um acaso! Pois, venham os megagrupamentos e com eles uma avaliação efectiva dos directores e das suas competências. Um director tem de deixar de lado os seus caprichos, ser director de TODOS e não apenas de alguns.
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